terça-feira, 17 de abril de 2012

Vídeo-aula 28: Encaminhamentos pedagógicos na escola pública sobre a questão religiosa

MÓDULO III: DIREITOS HUMANOS E CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA
A aula trata da presença da questão religiosa na educação, preliminarmente do ponto de vista legal, tomando o texto da Constituição Federal de 1988 e da LDB-EN, 9394/96 e dispositivos posteriores, em especial aqueles relativos ao ensino religioso em escolas públicas. A seguir, retoma os temas tratados na Aula 1, propondo encaminhamentos referentes ao tema da liberdade de consciência, de crença e de culto, em relação com os temas da alteridade, tolerância, respeito e ética, indicando limites da ação da escola nesse tema.

Professora Doutora Roseli Fischmann da Faculdade de Educação da USP. 

1 - O tema do ensino religioso nas escolas públicas na Constituição de 1988. 

2 - E.R.E.P. na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394/97. 

3 – Convívio na escola, na sala de aula e diversidade religiosa: retomando a conversa. 

O tema do ensino religioso nas escolas públicas na Constituição de 1988 (trazem seu conteúdo de forma explicita a liberdade de religião).

Artigo 120 - Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito as valores culturais e artísticos nacionais e regionais. 

§ 1º - ensino religioso, de matricula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas publicas de ensino fundamental. 

§ 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada ás comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. (cerca de 180 línguas indígenas o que permite o culto em língua do próprio índio). 

Em outro slide a professora nos mostra o E.R.E.P. (Ensino Religioso de escolas Públicas - característica particular - direito a educação – direito a liberdade de religião e consciência) e não E.R. (Ensino Religioso - escola dominical - ligado as comunidades e as escolas confeccionais).

Artigo 33 da Lei 9394/96 - versão original - dezembro de 1996: 

O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas publicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos , de acordo com as preferências manifestadas pelos alunos por seus responsáveis, em caráter: 

I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu responsável, ministrado pro professores ou orientadores religiosos preparados e credenciados elas respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou 

II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades religiosas, que se responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa. 

O tema religião não é fácil de trabalharem espaço publico e torna-se bastante conflitante. E ara regularizar sua aplicabilidade temos, posteriormente, a seguinte situação. Depois de submetido à emenda, pela lei 9.475 de julho de 1997 redação ainda problemática do Artigo 33 da L.D.B. 

Art. 33- O ensino religioso, de matricula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas publicas doe ensino fundamental, assegurando o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil, vedada quaisquer formas de proselitismo. 

§ 1º os sistemas de ensino religioso regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. 

§ 2º - Os sistemas de ensino ouvirão entidade civis constituídas pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. 

Há muita briga e divergência no Brasil em termos de ensino religioso. 

Outras temáticas que estão ligados ao tema religiosidade ou religião não podem e não devem manifestar imposições pessoais. 

Cada professor deve estar preparado em termos de pluralidade escolar, também em termos de religião. 

O professor pode ou não colocar seu símbolo religioso em sala de aula. Ao expor seu símbolo pode causar inibição em seus alunos. 

Diretores colocando um altar o seu santo de devoção. Diretores e professores não podem invadir o espaço público. 

Retomando a conversa: pluralidade e singularidade: 

- identidade como construção plural, compondo a singularidade de cada ser humano; (as religiões de origem africana são muito discriminadas em sala de aula - pacto com o demônio). 

- múltiplos e diversos fatores, entrelaçados como memória e projeto, compondo a identidade (Alfred Schultz, Gilberto Velho). 

- o lugar da religião na construção da identidade: herança e eleição. Ajudar a criança na sua escolha religiosa, porém não interferir diretamente em sua escola. A criança teve ter a liberdade de consciência.

Devemos respeitar o espaço dos nossos alunos em termo de religião. 

A professora nos cita alguns casos de massacre em nome de fatores religiosos: judeus (holocausto), negros, índios, ciganos. Nos alerta para a intolerância em termos de crença religiosa. Perseguição em nome de Deus. A escolha não pode permitir intolerância a motivos religiosos. 

E finalizando a professora nos mostra o seguinte quadro: 

1 - a complexidade do fenômeno religioso e sua presença na construção da identidade para ser respeitados precisam respeitar o direito dos demais - não há argumento de "maioria" no tema religioso, não se pode impor, constranger, obrigar. 

- E a laicidade do Estado que garante a todos e a todas o direito a sua crença - ou descrença - respeitados os direitos de todos e todas, sendo o fundamento da diversidade religioso. A escola pública é a porta de entrada da criança para compreender que é como cidadão/cidadã e não pode, ali, sr discriminada. 

- A discriminação por motivos religiosos fere a ética e fere a Constituição do Brasil, sendo crime. 

Finalmente, nos mostra o seguinte quadro como suas observações finais: 

- Religião e Alteridade; Eu e o Outro - Devo respeitar a opinião e a religião do outro - Uma questão de ética. 

- Diversidade religiosa: respeito à diferença. Diferença não é desigualdade. (não tenho direito de discriminar e usar argumentos religiosos para mantê-los quieto) 

- Religião e Cidadania: Estado Laico.

- Estado laico: separação entre Estado e Religiões

Vídeo-aula 27: A produção da identidade/diferença - a questão religiosa

MÓDULO III: DIREITOS HUMANOS E CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA
A aula trata da relação entre singularidade e pluralidade na construção da identidade de cada ser humano, no entrelaçamento de memória e projeto, e o lugar da questão religiosa nessa construção. Apresenta o modo como a Constituição Federal de 1988 trata o tema da liberdade de consciência, de crença e de culto, bem como da separação entre Estado e religiões, ou seja, o princípio da laicidade do Estado, garantindo a diversidade religiosa no Brasil e protegendo contra a discriminação.

Professora Roseli Fischmann da Faculdade de Educação da USP, leciona desde 1975, trabalha em diversos campos sócio pedagógicos, entre os quais escreveu o tema transversal Pluralidade Cultural que está inserida nos Parâmetros Curriculares do MEC. 

Mostra-nos, inicialmente, o sumário que contém: 

1 - Pluralidade e Singularidade 

2 - Diversidade religiosa 

3 - Constituição Federal - 1988 

4 - Em resumo (melhorar estruturação). 

Pluralidade e singularidade. 

Afirma que pluralidade e singularidade existem no interior de cada um do ser humano e no conjunto da sociedade. 

Cada ser humano faz sua historia - pluralidade de aspecto - origem familiar, bairro ode vive, escola que estudou, time para que torce – compõem a sua diversidade. É a base do relaciona e da democracia, sem isto não dá pensar em algo mais complexo. 

Mostra-nos em um quadro que pluralidade é a identidade como construção plural, compondo a singularidade de cada ser humano. É formada por múltiplos e diversos fatores entrelaçados como: memória, projeto, compondo a identidade (Alfred Schulz e Gilberto Velho). 

Nos não somos apenas o presente, mas o que guardamos em nosso memoria serve para estruturar e formar o nosso futuro. 

Só podemos construir o nosso futuro a partir do que a nossa memória pode nos oferecer. A memória serve também para elaborar. 

Em outras situações dependemos da memoria de outras pessoas; Serve para a composição de nosso futuro. 

Ao dizer quem sou, falo do que existe em minha memória: presente + passado + futuro. Tudo compõem a identidade, não é algo linear. 

O lugar da religião na construção da identidade: herança e eleição. 

Povos antigos: religião era ligada a cultura. 

Os ateus e agnósticos não devem ser discriminados, pois os valores professados por eles e elas devem ser respeitados. Os que têm fé (uni ou politeísmo - espiritualidade) vêm por herança (família nos oferece um modo de crer ou não crer) e posteriormente há uma eleição (eu vou acreditar ou não em isto ou aquilo). Eu, portanto, escolho o meu caminho religioso. 

Vamos construindo nossas identidade e dar-lhe valores. Crer ou não crer tem os mesmos valores - questões pessoais. 

Como compreender a religiosidade. 

1 - a religião está ligada a alteridade: eu e o outro – ligado a ética (quando o outro pensa como eu é confortável mas, quando o outro pensa e crê diferente torna-se diferente. Neste caso a pessoa não deve receber ou ter menos respeito do que eu. 

A alteridade ajuda estabelecer as relações. Existe o fato, porém eu tenho que respeitar esta diferença. Com os vizinhos, rua, ambiente escolar, ambiente profissional. 

Diversidade religiosa: respeito à diferença 

Monoteísta x politeísta. 

Monoteísta: judeus/ cristãos e maometanos ou muçulmanos

Politeísta: a maior parte das religiões. - religiões africanas, etc. Outros sem Deus: Budistas. 

Diferentes somos todos e cita que diferença não é desigualdade. 

A desigualdade é que o problema- nos precisamos ser diferentes, mas a igualdade do ponto de vista ético, do ponto de vista da cidadania ela existe, está lá e não pode ser tocada. 

A diferença é um direito que existe no pensamento, no modo de ser, em tudo aquilo que temos, inclusive em questões racional. 

Religião e cidadania: Estado laico 

Ponto crucial - a religião não pode me garantir mais direitos políticos. 

No Brasil, em termos de religião somos todos iguais. 

Escolha religiosa - depende de cada um, mas não pode permitir que eu fale assim: aquilo ou aquela verdade religiosa que eu acredito é melhor e assim ter mais direito. Somos todos iguais, em termos religiosos, perante a lei (Constituição). 

Estado laico: separação entre estado e religiões. 

O estado tem vida própria, independe de cada religião. 

O artigo 5º afirma que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, a igualdade, à segurança e a propriedade, nos termos seguintes. 

(...) 

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercícios dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias. 

Temos liberdade, portanto, de culto e religião. 

Artigo 19 - cerne do debate.

Artigo19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com ele ou com seus representantes relações de dependência ou aliança, na forma da lei, a colaboração de interesse público. 

II. Recusar fé aos documentos públicos; 

III. Criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 

O artigo 19 é importante porque dá direitos iguais a todos nós brasileiros. Combate o ranço político existente na monarquia e não dá privilégios a outras pessoas. 

Não há diferenças entre os brasileiros. No Império havia o pensamento que os imperadores eram melhores e deveriam ter um tratamento especial. Presença de aristocracia - sangue azul. 

A república afirma que o Estado não pode interferir em questões religiosas e somos todos iguais. 

A República coloca os seres humanos em seus lugares: devemos acreditar naquilo que vemos e ouvimos. Somos seres humanos e devemos nos colocar como tal, ou seja, seres humanos. Não somos melhores nem piores, apenas seres humanos. Devemos ter respeito a todos os seres humanos. Não existem religiões superiores e não pode haver distinção entre nos, brasileiros. 

1 - o tema das religiões tem âmbito histórico, antropológico, sociológico, politico e filosófico. (parte da consciência das pessoas vai para a sociedade, ganha dimensões teológicas e volta para dentro de cada um ou não...) 

2 - a escolha individual de crer ou não crer se dá no âmbito da consciência, do foro intimo, portanto inviolável. (cada um não pode criticar os outros... crimes de ódio porque não crê ou crê de forma diferente). 

3 - A diversidade religiosa garante a diferença, mas nada tem que ver com a desigualdade ("Diferentes somos todos" - P.C.N.s - Pluralidade Cultural). A diferença faz parte, mas a desigualdade não. Não podemos ser tratados de forma desigual. 

4 - A complexidade do fenômeno religioso e suas presença na construção da identidade para ser respeitados precisam respeitar o direito dos demais - não há argumentos de "maioria" no tema religioso, não se pode impor, constranger obrigar. O espaço do culto é privado. 

5 - É a laicidade do Estado que garante a todos e todas o direito a sua crença - ou descrença - respeita os direitos de todos e todas ,sendo o fundamento da diversidade religiosa. (a separação entre o estado e as religiões é o fundamento da república- respeitar com alegria e bom senso).

6 - A discriminação por motivos religiosos fere á ética e fere a Constituição do Brasil, sendo crime. (toda discriminação é um crime - crime de ódio).

Vídeo-aula 26: O papel da escola no processo educativo de Direitos Humanos

MÓDULO III: DIREITOS HUMANOS E CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA
A aula discute a Educação como um direito social básico que deve contribuir para humanização de todas as pessoas. É papel da escola garantir uma educação que possibilite às pessoas a terem consciência e conhecimento dos seus direitos e deveres, através de práticas pedagógicas que contribuam para a problematização, a crítica e a construção do conhecimento nas diversas áreas do currículo, dialogando com os conhecimentos de direitos humanos.


Professora Aida Monteiro da Universidade Federal de Pernambuco e versou sobre o papel da escola no processo educativo de Direitos Humanos. 

O que é esta escola? Qual e o papel dela na sociedade contemporânea e como ela pode atuar na nossa sociedade e desenvolver projetos na área de educação e dos direitos humanos, enfim o que ela pode contribuir para melhorar a nossa educação? 

Tematizando: o que é escola? 

Escola é um espaço onde socializamos, aprendemos e construímos diferentes aprendizagens (campo cognitivo, emocional, afetivo) e que contribuem para que nos tornarmos mais ou menos humanos, solidários, compreensivos aos outros e a nossa sociedade. 

A escola é uma instituição social que ao reunir pessoas que pensam, que criam, que discutem que realmente possam socializar este conhecimentos. 

Portanto, a função social da escola é possibilitar o acesso do conhecimento aos diversos campos: cognitivos (transversalizados por valores, crenças e concepções); subjetivos (faz a pessoa que somos). Esses conhecimentos vão sendo transversalizados. 

A escola passa a tratar como proposta o objetivo de educar para o respeito, ocorrendo materialização, defesa e ampliação dos direitos humanos. É preciso que se tenha uma intencionalidade. 

Todo projeto pedagógico é politico. 

Estamos em uma sociedade democrática e, portanto, nossas ações devem evidenciar atitudes que fortaleçam a nossa democracia. 

Devemos desenvolver atitudes e ações democráticas em nosso dia a dia e não devemos ter apenas uma democracia representativa (apenas no papel), mas, sim, participativa, sendo que a escola deve incorporar este espírito democrático e participar diretamente da socialização e democratização dos seus alunos. 

A escola requer do P.P.P. (Plano Político Pedagógico) ações democráticas e o currículo manifestar construções para que se erga uma sociedade de fato e de direito em busca uma democracia que de fato apresente manifestações de se construir um sujeito de direito. 

Despertar valores e atitudes que irão evidenciar e valorizar os direitos humanos, para que possamos ser a ser mais ou menos educados, mais os ou menos intolerantes a quaisquer preconceitos mais humanos com outras pessoas. 

Devemos ser: intolerante com qualquer tipo de preconceito e intolerantes, não podemos ser homofóbico e respeitar o outro como ele se coloca e se comporta com sua diversidade. 

Cita um pensamento do ex- presidente da África do Sul, Nelson Mandela, a respeito do racismo e preconceitos. 

Ele diz que se podemos aprender a ser racista, preconceituosos e homofóbicos, podemos também a aprender a ser, solidários, humanos, tolerantes, amigos, menos racistas e menos homofóbicos. 

Denomina tudo isto de processo de aprendizagem e que começa desde a nossa infância (período que somos crianças). Desde o 1ª dia até o último dia de nossa vida estamos aprendendo e devemos usar a nossa escola como espaço capaz de provocar tal desenvolvimento. 

A escola é um espaço permanente de diálogo entre a educação e o conhecimento científico culturalmente elaborado. Devemos aprender com atitudes que levam a ação em termos de diálogo com as diversas disciplinas curriculares. 

É necessário que os conhecimentos estejam explícitos no conteúdo. 

Precisamos estudar os documentos existentes sobre direitos e deveres. 

A Proposta curricular precisa contemplar a sua diversidade no seu sentido mais amplo: educação indígena, educação afro-brasileira, educação especial, e questões socioculturais e que anteriormente não eram tratadas. 

Ainda temos direitos que são estudados, porém ainda não foram criados. Ex: respeitar a todas as pessoas em relação a raça que pertencem e ao gênero e as crenças religiosas. 

Cita que devemos valorizar as opções pessoais: sexuais, políticas e crenças religiosas. Educação que respeita a diversidade. 

Devemos também respeitar as questões geracionais (de gênero - muito forte em nossa sociedade) que assumem importância muito grande atualmente: 

É importante que tenhamos uma metodologia especifica - contribuir para que o ser humano tenha condição de aprender o conhecimento, mas também o conhecimento possa permitir a crítica e o diálogo permanente. 

A pessoa precisa aprender a dialogar e vivenciar fora da escola a aprendizagem. A aprendizagem ocorre no diálogo e deve ser permanente: em casa, com a família, com os amigos, com a sociedade de um modo geral. 

Tenho que vivenciar a aprendizagem na escola, cotidianamente e empregar esta troca com outros de forma permanente. 

O contorno da escola deve ser referência e o que ocorre fora da escola deve dar oportunidade de se iniciar diálogos dentro da escola, dentro da sala de aula - colocando em prática o que tenho aprendido fora da escola e valorizando-o dentro da sala de aula. 

A educação básica é importante porque começa a trabalhar com a criança valores e atitudes a serem socializados nos espaço de aprendizagem e crescimento. 

Devemos trabalhar as várias e diferentes linguagens: musical, teatral, corporal e plástica. Não devemos levar o Estatuto da Criança e Adolescente (E.C.A.) para o interior da sala de aula e pedir para que os alunos decorem o mesmo. 

O E.C.A. deve ser fonte de diálogo e de diversas metodologias de trabalho em sua análise, tais como: poesia, música, teatro corporal e devemos ensinar novos conhecimentos para os nossos alunos.

Trabalhar também a identidade dos alunos - trazer a importância que os alunos têm, sendo que cada um é sujeito de direito e tem seus deveres e direitos. 

Direitos e deveres andam juntos e trazem para o interior da unidade escolar temas atuais- exemplo: violência (fora da escola - exógena e dentro da escola - endógena). Assim estaremos tratando direitos e deveres, diretamente, ligados às pessoas. 

A escola não está isolada dentro do contexto da sociedade, sendo necessário o desenvolvimento uma política de Estado. 

Temos que lutar para os sistemas de ensino trabalhem por politicas de estado e não políticas de governo 

Políticas de estado são permanentes e que ações sejam desenvolvidas, mas não apenas ações pontuais. 

Ações pontuais não tem enraizamento e não mudam atitudes, formas de ação e de agir. 

Devemos criar uma contra-cultura a favor dos direitos humanos. 

Buscar o enraizamento de novas formas de compreender o outro como ser social. 

A escola é fundamental neste item, sendo que no Brasil deve-se dar o valor que a escola merece. 

Os direitos humanos devem começar a ser evidenciados e estudados no ambiente escolar. A escola pública deve ser valorizada como um bem social e que pertence a todos nós. 

A escola deve ser democrática para todos onde os direitos devem ser objetivados, conquistados e preservados.

Vídeo-aula 25: Comitês de EDH: parcerias possíveis

MÓDULO III: DIREITOS HUMANOS E CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA
A aula apresenta as funções dos Comitês de Educação em Direitos Humanos que podem vir a constituir uma importante parceria com as escolas na implementação da Educação em Direitos Humanos.

Professora Sinara Zardo da Universidade de Brasília. 

A aula se organizará em 2 partes: 

1ª - histórico dos Direitos Humanos a Educação em Direitos Humanos e como ocorre a configuração da ação dos comitês de E.D.H. no nosso país. 

2ª - função dos comitês em nosso país e como eles agem nos estados e municípios. 

A experiência na Secretaria de Direitos Humanos embasa a aula da professora Sinara. 

Proposta de Comitê: fundamentação legal - Comissão de Viena - a educação é vista como elemento e estratégia buscando a promoção de cultura de direitos humanos. O Comitê de Viena introduz uma cultura em Educação de Direitos Humanos (visa à formação de sujeitos de direitos) e os impactos que surgem na elaboração e implementação de políticas em educação de Direitos Humanos. 

Percebe-se que o assunto a ser implementado no Brasil está embasado em direitos e conhecimentos universais, oriundos principalmente de países democráticos (europeus e americanos). 

Orientações propostas pela Conferencia de 1993, onde se destaca os países que participaram e aderiram a mesma se organizem no sentido de formarem comitês em estados e municípios e um comitê nacional. 

Brasil - 2003 – surge, sendo implementado o Comitê Nacional de Direitos Humanos e que pertence a Secretaria de Direitos Humanos e vinculado ao Ministério da Justiça pela portaria nº 98. 

Comitê composto por especialistas e militantes de direitos humanos e representantes do governo brasileiro e de organismo internacionais e que trabalha articulado com o governo e elabora propostas de politicas publicas em Educação em Direitos Humanos e deliberação nas diferentes áreas tais como: segurança, justiça humana, sistema de ensino (educação básica e superior) e na mídia e produção de informação e comunicação. 

O Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos (C.N.E.D.H.) trabalhou no sentido de elaborar: 

1 - elaborar um plano e educação em Direitos Humanos; 

2 - elaborado e publicado em 2003;

3 - recebeu novas propostas emendas (5.000 inserções e propostas de alterações); 

4 – Aparece o 2º Plano de Educação em Direitos Humanos - publicado em 2006;

5 - revisão final em 2007. 

Este plano irá contemplar: 

- implantação de comitês de E.D.H. em estados e municípios. 

- órgão de elaboração, implementação e fiscalização - monitoramento da política de direitos humanos e educação em direitos humanos. 

Comitês – que visam: formular a politica de Educação em Direitos Humanos e Direitos Humanos e deliberar sobre as estratégias destas politicas e monitorar possíveis casos de violação dos direitos humanos. É, portanto, um elemento, ou seja, uma eficiente ferramenta que visa à preservação e manutenção dos direitos humanos nos municípios, estados e no Brasil. 

- são compostos por diferentes profissionais de diversas áreas: justiça, educação, segurança, mídia e outros profissionais. 

- contempla os movimentos sociais. 

A professora relata que a implementação efetiva ocorre por parte do governo a partir de 2007 com parceiras com Universidades e Secretarias de Estados. 

- sejam sempre organizados com o governo do Estado e do município com a elaboração de uma politica de direitos humanos. 

Comitê – Espera-se que o comitê possa desenvolver outras ações entre as quais a capacitação em E.D.H. Este movimento - pretende formar um sujeito que seja conhecedor dos seus direitos e que saiba onde buscar auxilio sobre seus direitos e deveres. 

- O Comitê Educação em Direitos Humanos - tem ação estratégia e está de acordo com o Plano Nacional de Direitos Humanos (P.N.D.H. 3) que visa orientar ,atualmente, a politica de direitos humanos no nosso país. 

Atua em 5 eixos diferentes, sendo que a professora Sinara a dá ênfase ao eixo que fala sobre especificamente sobre Cultura e Direitos Humanos. 

Este eixo, considerado como elemento transversal do programa, pois considera a educação como sendo um eixo transversal de ação, visa basicamente a implementação nos estados e municípios dos comitês em E.D.H. 

Processo de elaboração desta proposta: Estados e Municípios, anualmente, elaboraram suas propostas sobre a formação, filosofia e maneira de trabalhar de cada comitê de E.D.H. Estas propostas são publicadas e divulgadas em editais governamentais. 

Estes projetos são encaminhados para a Secretaria de Direitos Humanos (esfera federal). A Secretaria analisa os projetos propostos e se estiverem de acordo com as propostas apresentadas pelos municípios e governos estaduais. Sendo o projeto, devidamente aprovado, os Comitês de Educação em Direitos Humanos são oficialmente instituídos. 

Os últimos anos - de 2007 a 2011 - os comitês foram criados e puderam atuar. (contemplados em editais e com chamadas públicas). 

Entretanto, os comitês podem ser implementados por estados e municípios - ou seja, independência do governo federal, tendo autonomia para a organização de seus próprios comitês e passem a encarar os Direitos Humanos como uma pauta política na organização dos seus sistemas. 

Sugere a professora para que os gestores tenham oportunidade de organizarem seus comitês para que tais comitês sejam usados como órgãos de apoio a implementação de política publica em Direitos Humanos. Seja estes comitês também como considerados como elementos formadores de sujeitos de sujeito de direito. Tais elementos teriam ação junto à comunidade local e discutira como tema principal os direitos humanos. 

Composição deste comitê: elementos governamentais, elementos de organizações sociais, ministério publico, conselhos tutelares e uma ação como um elemento de multidisciplinaridade em relação aos direitos humanos.  

Uma das tarefas seria de elaborar o Plano Municipal ou Estadual de Educação em Direitos Humanos. 

Enfim, cabe desatacar a importância da ação dos comitês de Educação em Direitos Humanos e cabe aos gestores ter sensibilidade sobre a importância destes comitês, que tratam os direitos de forma ampla e específica (articulação com a politica de ação dos governos estadual e federal).

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Vídeo-aula 24: Gênero e diversidade sexual: desafios para a prática docente

MÓDULO III: DIREITOS HUMANOS E CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA
Após uma breve passagem pelos conceitos de identidade e diferença, serão apresentadas algumas sugestões de encaminhamento do trabalho docente a partir de experiências realizadas em escolas públicas. Estas, engendradas com base nas manifestações culturais populares, comuns ao cotidiano discente local.Quais as contribuições do conceito de gênero para a educação? Como as relações de gênero, e a diversidade sexual que delas faz parte, afetam as práticas e interações estabelecidas no espaço escolar? Essas questões e também a enorme dificuldade em se romper com os padrões tradicionais de gênero são abordadas nesta vídeo-aula.

Professora Cláudia Vianna da Universidade de São Paulo - USP. 

Relação social de gênero, dando ênfase as práticas e interações que ocorrem no espaço escolar. 

Gênero e Diversidade Sexual: campos coletivos dos direitos sociais (ou seja, dos direitos humanos). O Estado e as politicas nacionais e locais interpretam e regulam várias das concepções de família, reprodução, educação, estilo de vida, muitas delas entrelaçadas com a construção das relações de gênero. Os costumes vão mudando e novas visões são observadas. O estado regula as entidades sociais, sendo a mídia e a escola são importantes parceiros. 

Duas dimensões de gênero: 

1 - gênero e sexualidade são socialmente construídos; 

2 - movimentos sociais: reivindicações coletivas.

Politicas públicas de Educação pós 1990 

Gênero e diversidade sexual > Agências multilaterais de educação com incorporação das demandas de movimentos sociais. 

Grande marco – Constituição Federal de 1988 - importante documento em direitos humanos: eliminar a discriminação contra a mulher, etc. 

Governo Fernando Henrique - MEC - aparecimento dos Parâmetros Curriculares Nacionais - Ótica de Gênero. 

Orientação Sexual: Conceito de sexualidade/ Conteúdo em 3 blocos: 1 - corpo: matriz da sexualidade / 2: relações de gênero / 3: Prevenção de DST/AIDS. 

Elementos para a construção e elaboração de um currículo a partir dos temas gêneros e sexualidade. 

São inéditos e elogiados até hoje - importante documento normativo para a educação brasileira. 

Críticas: precária aplicabilidade, falta inicial e continua na formação dos professores, tema difícil de ser abordado, a subordinação ao trinômio: corpo - saúde e doença, não se dá destaque à diversidade social. 

Tema difícil de ser tratado em sala de aula dada a complexidade. 

Novos projetos e secretarias são criados na tentativa de se abordar o tema sexualidade e gêneros. 
Nascem vários programas: 

  • Educando para a igualdade, gênero, raça e orientação sexual; 
  • Formação docente para a cidadania e diversidade sexual;
  • G.D.A. - gênero e diversidade na escola;
  • Construindo a diversidade de gênero - premio para as redações de ensino médio e trabalhos acadêmicos (ensino superior);
  • Brasil sem homofobia, entre outros... 
Fragmentação e desarticulação entre os vários programas criados. 

Ocorre ainda enorme resistência desta temática na Educação. 
As diferenças sociais e de gêneros são relegadas ao segundo plano. 
Dificuldade em se romper os padrões tradicionais de gênero: 

Várias entidades fizeram uma pesquisa em 14 capitais e distrito federal reunindo várias entidades (Instituto Airton Senna e UNESCO entre outras).

Foram aplicados 16.400 questionários entre estudantes de 10 a 24 anos - 4.500 pais e 3000 professores (fundamental e médio): enorme desconhecimento da construção de nossa sexualidade e por outro lado uma enorme homofobia: forma de inferiorizacão da hierarquização da sexualidade em detrimento da homossexualidade. Realidade muito presente em nosso país, sociedade e escola e transforma as diferenças de gênero em desigualdade e exclusão. Percebe-se que 1/4 dos alunos não aceitaria amigo homossexual.

Alguns relatos (graves): 

1 - as identidades - homossexuais ou feministas são tidas como clandestinas e ocultas (forma dolorosa e solitária de se construir - sem apoio da família, escola, sem referência de modelos positivos. 

Grande discriminação contra os homossexuais - maior entre todas as discriminações - e muito valorizada entre os jovens - estereótipos do outro diferente - ideia muito cruel - eu não ser confundido com o outro (homossexual).

Outra pesquisa de 2009 - FIPE (Fundação de Pesquisas Econômicas) - nos evidencia que há predisposição em manter menor proximidade com determinados grupos sociais (distância social): homossexuais - 98,5%.

Desafios para a prática docente:

  • sair da naturalização e da reprodução de estereótipos de gênero;
  • sair da hétero-normatividade;
  • trabalhar com várias modalidades de feminilidade e masculinidade;
  • elaborar novas proposições politicas - tarefa difícil - luta em todas as esferas - dentro e fora da escola.
Como pensar na prática docente:

  • pouca formação inicial;
  • incentivo e apoio a proposta já existentes (desenvolvidas);
  • analisar criticamente livros e materiais didáticos que veiculem preconceitos de gênero;
  • denuncia do conhecimento cientifico que perpetua preconceitos;
  • tirar as hierarquias das diferenças individuais e coletivas que nos constituem para que se não se transformem em desigualdade.
Devemos colaborar para a formação e manutenção de uma sociedade mais justa, menos desigual e seres humanos, realmente, livres e com o desenvolvimento de projetos coletivos.

Vídeo-aula 23: Relações sociais de gênero: um direito e uma categoria de análise

MÓDULO III: DIREITOS HUMANOS E CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA
A constituição das relações de gênero está diretamente ligada à ampliação do direito das mulheres e à crítica ao determinismo biológico como base das diferenças entre homens e mulheres. O propósito desta vídeo-aula é resgatar o caráter social do conceito de gênero que remete necessariamente à dinâmica da transformação social.

Professora Cláudia Vianna da Faculdade de educação da USP.


As relações sociais de gênero: um direito e uma categoria de análise.

  • luta por direitos - cidadania;
  • ampliação dos direitos das mulheres;
  • sair da naturalização das diferenças entre os sexos;
  • caráter social com distintos contextos históricos;
  • categoria de analise;
  • caráter social;
  • critica a hétero-normatividade compulsória. 
Relações sociais de gênero: dimensões da desigualdade. 

Algumas diferenças entre os brancos e negros entre quais evidencia que no ano de 2008 tínhamos 14 milhões de analfabetos no Brasil uma população igual a 10% sendo que os negros representavam 13,6% enquanto que os brancos apenas 6,2%. 

As pessoas que residem na zona urbana estudam mais tempo que as pessoas que moram na zona urbana e que no nordeste brasileiro o tempo de estudo é de 6,2 anos enquanto que no sudoeste brasileiro é de 7,7 anos. As mulheres mais jovens estudam mais que as mulheres mais velhas.

Os movimentos feministas são divididos em: 1ª e 2ª ondas. 

As entidades e valores feministas são conquistas.

1ª onda – século XIX - Europa e Estados Unidos - as mulheres tentavam obter como conquista o direito ao voto;

2ª onda - aprofundamento das questões sócias e politicas - luta contra o patriarcado familiar e contra o domínio do pai e do marido. Esta situação ainda se encontra em algumas sociedades humanas. 

Temos uma divisão sexual – mulher – elemento vinculado a cuidar dos filhos e de sua alimentação e os homens – marido – encarregado do trabalho remunerado e fabril. 

Como esta diferença de sexo é reduzida a polarização entre homens e mulheres - todos os homens e mulheres são iguais. Ocorre a hierarquização de masculino e feminino - o homem vale mais que a mulher, ou seja, o objetivo (homem) tem maior valor que a sensibilidade (mulher). 

Relação de gênero importante é o movimento L.G.B.T. - lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. 

Os movimentos sociais são símbolos do desafio de estruturas históricas. A sexualidade se torna uma questão política: símbolos de construção de reações sexuais de gêneros.

Avanços (desafios a serem conquistados) da mulher na sociedade atual: 

  • variedades de estruturas familiares e domésticas;
  • incorporação das mulheres no mercado de trabalho remunerado fora do lar;
  • estruturação global do movimento feminista;
  • questionamento da heterossexualidade compulsória. 
Permanência (desafios a serem conquistados) da mulher na sociedade atual: 

  • segmentação do mercado de trabalho (ainda temos uma assimetria - sempre favorecendo o homem, o homem ganha o dobro da mulher);
  • transposição do patriarcado para a fábrica;
  • socialização de gênero (na escola também);
  • heterossexualidade como padrão. 
Relações sociais de gênero: 

Diferenças biológicas X desigualdades sociais. 

Final dos anos 1960 tem o gênero como elemento usado para questionar a associação biológica para a distinção entre homens e mulheres. A diferença entre homem e mulher não se restringe aos aspectos biológicos, mas sim a elementos culturais.

Vários estudos problematizam a imutabilidade em relação diferentes entre homens e mulheres. 

Pesquisa de Margareth Meat - antropóloga -pesquisa etnográfica - na década de 1930 - na Nova Guiné: encontrou inversões de posição em relação a nossa cultura: as mulheres eram criadas para serem dominadoras, dirigentes da sociedade, dirigentes, objetivas e práticas, ao passo que os homens são: menos responsáveis, menos provedores e socialmente e economicamente mais dependentes das mulheres. Portanto, existe uma importante inversão de valores das sociedades ocidentais. 


Relações sociais de gênero:

Riscos: As tentativas de sair da neutralidade ou do silencio a proposito das diferenças dos sexos, parecem, contudo, na maior parte das vezes retomar um essencialismo construído sobre os lugares comuns masculinos ( COLLIN, 1991). 

Existência da anatomia cerebral específica para cada sexo: 

Mulheres: intuição, falta de aptidão pra ciências exatas, ampla habilidade verbal e o uso simultâneo de ambos os hemisférios cerebrais. Homens: melhor desempenho no espaço visual, matemático e cientifico (FAUSTO-STERLLING- 2000).

O gênero é um “elemento constitutivo de relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os sexos" (diferenças construídas socialmente).

Vídeo-aula 22: EDH, inclusão e acessibilidade

MÓDULO III: DIREITOS HUMANOS E CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA
A aula discute a questão da educação inclusiva e da educação especial sob a perspectiva das normativas que orientam as políticas públicas.

Professora Sinara Zardo da Universidade de Brasília.

E.D.H. - formação de sujeitos de direitos e direitos humanos a educação, contemplando alunos especiais - deficiências e outras itens. 

Inclusão é um movimento amplo e tem respeito a inclusão . 

A E.D.H. assume um movimento forte a partir da década de 1990. 

Historicamente, na Idade Antiga, as pessoas com defeitos eram rejeitadas e muitas vezes mortas. 

Idade Média – aceitá-las com pessoas deficientes, porém atrelar à deficiência a noção de pecado. Aparecimento do sentimento de caridade e piedade. 

Idade Moderna a deficiência era tratada com medicamentos. Tentativa de saber qual é a causa e suas possíveis curas. 

Final da modernidade - diferença entre doença (tem cura ) e deficiência (não tem cura). Tentativa de se curar a deficiência. 

Idade Contemporânea, surgimento dos educadores e psicólogos que passaram a ter interesse pelos deficientes - expectativa de educabilidade para os deficientes. A deficiência passou a ser atrelada a medicina. 

Evolução dos direitos humanos e políticas dos direitos humanos: integração dos deficientes à escola e sociedade e surge a acessibilidade das mesmas a sociedade moderna. Surge uma perspectiva inclusiva - levar a autonomia e independência em todos os contextos: escola, trabalho e sociedade em geral. 

Surgem dois conceitos de luta para a integração dos alunos deficientes na sociedade moderna: 

1º - paradigma da integração médico-clinica: a pessoa com deficiência deve se adequar a realidade da escola, ou seja, no contexto de ensino. 

2º - paradigma da inclusão: diferente a da anterior, ou seja, a escola é que tem que aceitar os sujeito e identificar o sujeito com deficiência e praticar uma ação pedagógica baseada na diferença. O tema inclusão questiona a padronização e está diretamente ligado à E.D.H. Os limitados fisicamente, mentalmente e sensorialmente devem ter direito à educação. 

Brasil - a partir da Constituição de 1988 - artigo 205 (direito de todos a educação) e 208 (atendimento especial aos alunos especiais com direto assegurado). 

Baseado em declarações internacionais: Declaração Universal dos Direitos Humanos; Declaração de Viena e Declaração de Salamanca e que trata a deficiência como transversalidade a todas as políticas, tais como o são: saúde, trabalho, assistência social e os demais direitos. 

L.D.B. - Lei 9394/96 - capitulo específico para educação especial- e também para os deficientes com os artigos, 58, 59 e 60 - alunos tem currículo adequado, direito a escolarização e ao atendimento educacional especializado. 

O ECA e as políticas que tratam do direito à educação e direito ao respeito e à dignidade humana também garantem o processo de educação e acessibilidade aos deficientes. 

Política de 1994 - inicio de politica da inclusão - politica integradora. 

Posteriormente, a Resolução de 2001 – Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação Básica- possibilita a inclusão dos alunos de educação especial na escola comum (1ª perspectiva). 

2008 - Politica Nacional de Educação Inclusiva - marco - especifica uma função para Educação Especial. Definindo o público alvo: alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e alunos com altas habilidades e super dotados. Dá ênfase ao publico alvo. Porque anteriormente se trabalhava como: alunos com necessidade educacionais especiais; alunos excepcionais ou alunos portadores de necessidades especiais. A deficiência não é uma excepcionalidade, nem como limitação e tampouco como algo portada. Ela é uma condição humana e como diferença a ser respeitada. Deve construir-se uma sociedade democrática e garantir a participação dos alunos diferentes e com necessidades especificas. 

Politica de 2008 - dá sentido e rege normas para a Educação Especial como uma modalidade transversal da Educação Básica e a Educação Superior. 

Conceito de transversalidade - acompanhar a trajetória do aluno ao longo de sua educação: ensino fundamental-médio ou superior. 

A Educação especial oferece o atendimento educacional especializado e complementar a escolarização do aluno e dar a possibilidade de acessibilidade ao currículo normal. 

Acessibilidade em diferentes dimensões que deverão ser contempladas: acessibilidade arquitetônica, comunicação, pedagógica e nas tecnologias, informação e comunicação (T.I.C). 

Deve-se trabalhar além da perspectiva de acessibilidade também uma perspectiva em Desenho Universal. 

Desenho Universal: conceito, atualmente, empregado e que se refere a todos os produtos, ferramentas e artefatos que todos utilizam e que devem ser organizados e dar possibilidades a todas as pessoas: normais com condições especiais usarem com segurança e autonomia. 

Politica de inclusão: direito a matricula e sua efetiva participação em todas as atividades escolares. 

Complementariedade: atendimento educacional especializado / contra turno. 

Identificar o que os alunos especiais precisam. O que eles precisam. 

Alunos surdos - recursos especiais para surdos (interprete) 

Alunos com deficiências visuais - materiais confeccionados na linguagem Braile. 

Duplo financiamento dos alunos especiais: politica de financiamento que dá suporte a inclusão - recebem um duplo financiamento. - escolarização normal e atendimento educacional especializado. 

Como organizar o atendimento especial e organizar a educação especial no sistema de ensino para alunos especiais? 

Buscar informações na resolução nº 4 de 2009 - M.E.C. 

Oferecer salas de recursos ou centro de atendimento especializado. 

Plano Viver Sem Limites: proposta do governo na integração de diversas áreas. Este plano foi editado no final de 2011. 

Objetivo esclarecer aos professores que atuam na educação brasileira sobre como se articula. 

O direito humano à educação, o direito á acessibilidade dos alunos com educação especial e a inclusão destes mesmos alunos. 

Informações complementares podem ser obtidas e fazer um estudo com aprofundamento. 

Se compreender, realmente, o que é a deficiência. Gerar desta forma professores tolerantes, que reconheçam e tenham respeito às diferenças e conhecimento destas diferenças. Direito de participação e aprendizagem no contexto educacional e contextos gerais da sociedade.

Vídeo-aula 21: EDH na sala de aula

MÓDULO III: DIREITOS HUMANOS E CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA
A aula aborda o processo ensino-aprendizagem enfatizando a prevalência da aprendizagem como elemento central à E.D.H.

Professora Ana Maria Klein - UNESP - São José do Rio Preto.

A aprendizagem que ocorre em um dado momento é a síntese de tudo o que o estudante traz consigo: suas capacidades, sua história, seus conhecimentos e seu estado psíquico. O estudante não chega zerado em sala de aula, sendo uma pessoa integral. 

Há também aquilo que o professor traz: suas capacidades, seus conhecimentos, suas preferencias e seus estados de animo, mas também sua pedagogia, seus pensamentos, sua maneira de ver os estudantes, como também as condições em que trabalha. 

Tudo está presente em sala de aula: universo de aprendizagem. As relações e condições materiais que acontecem na aprendizagem. 

A aprendizagem implica na abertura pessoal a algo novo (eu preciso querer a aprender) e na incorporação do novo na maneira do sujeito viver a vida (é algo novo que chega para aquele indivíduo e eu preciso querer a apreender aquilo novo). 

O processo de aprendizagem vai ainda além da vontade de aprender e se incorporará maneira de viver do sujeito, modifica suas relações com o mundo (deve mudar o meu modo de ver o mundo de forma diferente). 

O sujeito que aprende é a figura central do processo. Para que o aluno vivencie processos democráticos, critique e pense. 

Não podemos reduzir a aprendizagem à mera apreensão de conteúdos. Envolve a questão de valores e o modo de me relacionar com o mundo, com a sociedade e com o outro. 

Direitos Humanos: vem como conteúdo, com valores e agem como elementos: interdisciplinar e transversal. 

O caráter interdisciplinar - Os direitos humanos devem ser compreendidos mediante a integração de diferentes disciplinas (diferentes áreas do conhecimento - sociologia, filosofia, geografia, história, direito, etc.). Diz respeito á maneira de organizar conhecimento no currículo. Organização do conteúdo no currículo. 

Caráter transversal- temas e eixos temáticos relativos a E.D.H. são integrados às disciplinas, de forma a estarem presentes em todas elas e contextualizados na realidade (não falo abstratamente, estou falando de algo concreto: dimensão local, global e regional - um conhecimento que tem um contexto). Refere-se à maneira como os seres humanos aprendem. Estou pensando na forma como este sujeito aprende. 

Continuando em sua explanação a professora fala sobre os temas transversais os quais: 

1- Relacionam-se á vida cotidiana da comunidade, à vidas pessoas e aos seus interesses. Quais são os direitos humanos desrespeitados em minha comunidade? Quais são os interesses das pessoas de minha comunidade? 

Ressalta ainda que o direito à vida é um direito humano e deve ser tema de estudo em sala de aula. 

2 - Aproximar a vidas das pessoas do currículo formal da escola, ou seja, eles constituem uma oportunidade de desenvolvermos conteúdos de diferentes disciplinas a partir da discussão de um tema relevante socialmente. Exemplo: entender o direito das mulheres - menor salário das mulheres. Isto implica em desenvolvimento de projetos 

3 - característica central é a relação que se estabelece entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (conteúdos disciplinares) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade). Ex. a desigualdade entre homens e mulheres em termos salarias em uma perspectiva interdisciplinar: desigualdade entre os gêneros – aspectos históricos, geográficos, biológicos, etc. 

Os direitos humanos apresentam temas transversais e que devem ser debatidos em termos de palestra, projetos, discussões, etc. 

Um tema pode ser mais bem compreendido e conta com o auxilio de diversas disciplinas: aspectos históricos, geográficos, sociológicos, físicos, matemáticos (estatísticos). 

A professora nos indica metodologias viáveis para se atingir aprendizagem desejada, ou seja, metodologias ativas de aprendizagem: 

Metodologias ativas, pressupostos pautados pelo construtivismo: 

1 - os estudantes constroem seu próprio conhecimento por meio da seleção ativa de novas informações. 

2 - o sujeito trás uma bagagem de pressupostos, motivações, intenções e conhecimentos prévios. 

3 - O processo de construção do conhecimento acontece por meio de atividade individual e social (trabalho em grupo e interação com os colegas). 

4 - A natureza das atividades influenciará a qualidade do conhecimento adquirido. (um projeto e uma ação em campo poderá ser mais útil do que desenvolver uma aula apenas teórica) – Desenvolver técnicas diferentes para transformar uma aprendizagem mais significativa: transforma a informação em conhecimento e este conhecimento ter significado para mim: este conhecimento tem que alterar minha visão de mundo. 

A aprendizagem baseada em problemas - A.B.P. 

1 - metodologias são etapas que cumprem a função de transformar ideias/concepções em práticas pedagógicas. No entanto, é preciso reconhecer que há uma grande distancia entre discurso e as práticas pedagógicas. 

A.B.P. - tem como ponto de partida o uso de problemas para aquisição do conhecimento. O aluno aprende a partir destes, algumas vezes formulados pelos próprios alunos, outras pelos docentes (professor). - Deve olhar para o mundo e perguntar por que aquilo acontece. 

É problematizar algo que eu vivencio. A professora cita Paulo Freire que diz que o professor deve ensinar seus alunos a partir da realidade vivenciada. A metodologia é uma forma de concretização da prática (aquilo que eu acredito, ou seja, aquilo que possuo na minha visão de ser humano). 

Por que não problematizar com os alunos a construção do lixão – sempre em bairros periféricos e nunca em bairros ricos? 

Processos metodológicos: indagar o que acontece com os problemas de bairro, cidade, país ou mundo. 

A A.B.P. deve evidenciar uma ação problematizadora – por meio de problemas que demandam ação investigativa por parte dos/as estudantes. A resposta compete aos estudantes - ir atrás das informações necessárias - livros, sites, população local - moradores. Temos vários caminhos para desenvolver o processo investigativo. O conhecimento não está só no professor, livro didático, internet, etc., mas, sim em outros locais. Existem várias fontes de conhecimento. 

Desenvolvimento de projetos - problematização da realidade, investigação, construção coletiva e autônoma do conhecimento. 

Dimensão de saber trabalhar junto e enfrentar as dificuldades: quem assume uma tarefa tem que realizá-la para não prejudicar o grupo todo. 

Presença de trabalho autônomo e presença de responsabilidade.
Criação de momentos de criação de responsabilidade. 

Como problematizar a realidade é a pergunta que nos faz? 

1 - Direitos Humanos como temas a serem problematizados - possibilita a identificação do direito, seu reconhecimento na realidade, à reflexão crítica sobre a realidade estudada. Por exemplo: a questão do trabalho infantil. Por que o direito humano é violado?

2 - Este processo implica necessariamente no conhecimento advindo de diferentes áreas do saber, imprescindíveis á compreensão e consideração crítica da realidade. O trabalho infantil - histórico do trabalho infantil - que regiões eu trabalho mais isto- quando é que o direito evoluiu e atingiu o status que tem hoje em nossa sociedade. Tenho que saber: língua Portuguesa, Matemática - Geografia. Deve ocorrer uma interação entre os conhecimentos de todas as áreas estudadas na sala de aula.