quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Vídeo-aula 1: As revoluções educacionais

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES

Quais os objetivos da educação? A quem se destina? Como as transformações sócio-político-econômicas vêm influenciando a busca da qualidade na educação?

Nesta vídeo-aula o professor Ulisses Araújo cita as revoluções educativas a partir das análises de José M. Esteves em seu livro "A Terceira Revolução Educacional". 

A primeira discussão proposta por Esteves é a quem se destinava a educação na primeira revolução educacional, localizada nas côrtes dos faraós egípcios há cerca de 2.500 anos? 

A resposta é para a educação dos filhos dos faraós, dos sacerdotes, dos filhos dos nobres, dos reis, enfim da aristocracia, ou seja, de uma parcela da população, realizada nas Casas de Instrução.

Através da imagem de Chardin (1736), "A Jovem Professora", podemos perceber a relação individualizada um professor para cada aluno. Este modelo teve a duração de aproximadamente 2.000 anos.

Na sequência o professor aborda a segunda revolução educacional com início nos séculos XVII e XVIII com a consolidação dos Estados nacionais (europeus) e com a publicação de um Decreto do Rei Frederico Guilherme II da Prússia, em 1787, que determina a responsabilidade do Estado sobre a educação e, ainda, que ela deve ser pública. 

Já em meados do século XIX temos o modelo de escola que perdura até os nossos dias, ou seja, o ambiente entre quatro paredes e com a figura de um professor para um número maior de alunos, abandonando a relação individualizada.

Através da análise de uma imagem desta escola tradicional podemos perceber a figura do professor como aquele que detém o saber, esta à frente, para ensinar pois teve acesso ao conhecimento. Outro aspecto analisado na fotografia é a presença da lousa e o local mais elevado onde o professor leciona.

Um último aspecto contemplado na imagem é a presença apenas de meninos, ainda em número reduzido e que, portanto, excluía boa parte da população (cerca de 90%). Somente 10% tinham acesso à educação, embora ela já fosse considerada pública. Tínhamos a exclusão das meninas e também de outros meninos (pois não há a presença do negro). A homogenização, a padronização (todos com o mesmo corte de cabelos, com roupas semelhantes, com o mesmo tamanho, do mesmo gênero) é outra característica desta segunda revolução educacional. Cabe ressaltar, ainda, a exclusão de qualquer diferença no ritmo de aprendizagem como alunos hiperativos, alunos com defasagem ou com lentidão neste processo. 

A escola daquela época estava relacionada com a própria estrutura das cidades, que eram predominantemente agrária.  

Chegamos, então, a terceira revolução educacional que começa a se configurar no início do século XX, em torno das décadas de 20 e 30 nas sociedades europeias e no Brasil nos últimos vinte ou trinta anos.


As características principais desta revolução são a democratização e a universalização que estão estreitamente ligadas aos processos que estamos vivendo, não mais agrário, e sim com a industrialização, o comércio e o setor de serviços que exige um trabalhador mais escolarizado, mais instruído. Isso nos conduz para a escola atual onde temos a inclusão das diferenças (sociais, econômicas, psíquicas, físicas culturais, religiosas, raciais, ideológicas e de gênero), ou seja, uma escola para todos.

Finalizando, o professor Martins faz questionamentos sobre como vamos lidar com esta nova escola inclusiva nos quesitos de acessibilidade, equidade e qualidade. 



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