sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Vídeo-aula 6: Temas Transversais em Educação

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES

Esta vídeo-aula está organizada em dois momentos diferentes: no primeiro, apresenta as diferentes concepções de transversalidade na educação, bem como as diferentes formas de trabalhá-las no cotidiano escolar; no segundo momento, apresenta um projeto transversal e interdisciplinar desenvolvido numa instituição escolar.


Professora  Valéria Arantes - Faculdade de Educação – USP
A vídeo-aula tem dois momentos:
1º momento: diferentes concepções de transversalidade
2º momento: prática de transversalidade

Segunda a professora Valéria cada cultura deve agir de uma maneira muito livre e cada comunidade ou instituição escolar deve eleger os temas prioritários a serem trabalhados. Na legislação brasileira, os Parâmetros Curriculares Nacionais sugerem que sejam trabalhados alguns dos seguintes temas: ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade cultural, trabalho e consumo.

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Acessado em 23 de setembro de 2011
Existem diferentes concepções de transversalidade e duas diferentes formas de promovê-las:

1ª Concepção: As disciplinas são o eixo vertebrados do currículo

A escola continua organizada ao redor das disciplinas escolares tradicionais (Matemática, Línguas, História, Geografia, Ciências, etc.). Isso quer dizer que o objetivo da escola é desenvolver o conhecimento destas disciplinas. Quando a escola se propõe a um trabalho com temas transversais isto ocorre, geralmente, das seguintes formas: 

  • Atividade pontuais
Quando são desenvolvidas na escola de maneira pontual. Exemplo: um professor de Ciências se programa para trabalhar durante uma semana sobre drogas, desenvolvendo ações de maneira pontual, dentro da disciplina na qual é responsável. Neste caso há a fragmentação da aprendizagem.

  • Palestras
Quando as disciplinas organizam palestras e acessorias sobre os temas transversais. Exemplo: quando a escola contrata profissionais para fazer ciclos de palestras ou cria uma disciplina sobre ética. Também há a fragmentação do conhecimento neste caso.

  • Projetos
Quando há o oferecimento de projetos interdisciplinares sobre temas transversais. Exemplo: ONG promove materiais ricos para trabalhar temáticas transversais. Esse material chega à escola os professores trabalham sobre um tema. Porém, não havendo diálogo entre as diferentes disciplinas, a transversalidade não acontece.

  • A incorporação da transversalidade
A transversalidade deve estar incorporada nas próprias disciplinas. Os professores defendem que não existe sentido trabalhar a cidadania fora das disciplinas. A grande crítica é que a prioridade continua sendo as disciplinas e não os temas transversais.

  • A partir de situações específicas
A transversalidade é trabalhada como momentos especiais a partir de problemas específicos. Exemplo: quando há desentendimento entre alunos no recreio a escola trabalha sobre valores. O perigo é cair no moralismo, pautada em valores individuais dos professores. Há a falta de sistematização e intencionalidade do trabalho.

2ª Concepção: Eixos "vertebradores" do currículo e as temáticas que são necessárias serem trabalhadas na comunidade. Perpassando transversalmente estão as disciplinas curriculares. 

Isso, segundo a professora Valéria, é uma mudança paradigmática muito importante. Os conteúdos tradicionais deixam de ser “finalidade” da educação e passam a ser concebidos como “meio” para se trabalhar os temas transversais.

As temáticas transversais são pontos de partida ou de chegada na formação do sujeito. Elas objetivam a educação em valores e tornam-se o eixo "vertebrador" (vertical no gráfico apresentado) do sistema educativo, em torno dos quais serão trabalhados os conteúdos curriculares tradicionais.

Esta segunda concepção é muito mais próxima do que desejamos mas é necessário reconhecer que ela continua promovendo determinada fragmentação à medida que as diferentes temáticas não se encontram, pois não existem articulações entre elas. Por isso, continuamos buscando novas metáforas para se conceber essa transversalidade.

Concepção 3: Novas metáforas para a transversalidade.

Estratégias que vão além da compartimentalização disciplinar (romper com a organização escolar); estratégias que tiram a escola do seu isolamento, conectando-a com o mundo externo.

O ponto de partida para um trabalho realmente interdisciplinar deve ser um tema relevante para uma determinada comunidade. Como exemplo podemos citar a poluição de um córrego que passa em determinada comunidade. Esse é um eixo "vertebrador" e a partir deste problema posso recorrer aos diferentes campos do conhecimento. Também poderia ser a sexualidade ou a violência. Isso exigirá um trabalho articulado entre diferentes professores para termos uma visão mais completa e complexa dos problemas sociais.

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