terça-feira, 25 de outubro de 2011

Vídeo-aula 28: O fenômeno do Bullying

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


A aula aborda o conceito de Bullying (ou violência moral) esclarecendo o fenômeno que, embora presente há tempos na sociedade, vem preocupando aos educadores pela incidência crescente entre crianças e jovens. A partir de uma retomada histórica, propõe uma reflexão sobre o tema, apresenta a situação no Brasil e aponta alternativas para o manejo das situações que envolvem o fenômeno, assim como, ações preventivas que podem minimizar a incidência do problema nas escolas.

Kátia Pupo

Nós chamamos de bullying (termo em inglês) todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas e também que ocorrem sem uma motivação evidente adotadas por uma ou mais estudantes contra outro (s), causando dor e angústia dentro de uma relação desigual de poder.

Algumas ações estão incluídas no fenômeno do bullying, como:
  • Humilhações
  • Difamação
  • Constrangimento
  • Menosprezo
  • Intimidação
  • Ameaças
  • Exclusão
  • Perseguições
  • Agressão física
  • Roubo
As pesquisas no Brasil sobre o assunto começaram em 2003, mas este fenômeno começou a ser estudado há 30 anos na década de 70, por um sueco, chamado Dan Olweus, que desenvolveu um programa e fez uma pesquisa muito ampla, desenvolvendo um questionário que foi aplicado nas escolas para poder identificar o nível de bullying que acontecia nelas. O bullying não é um fenômeno novo, pois já faz parte da sociedade e acontece além da escola, incluindo não somente crianças, mas também adultos.


Filme sobre bullying nas escolas: Bang! Bang! Você morreu! conta histórias de jovens que sofre violencia na escola.
Sinopse do Filme:
Jovens podem ser mais cruéis que todos, naturalmente cruéis. 
As palavras de Trevor Adams, que já foi um estudante exemplar, refletem suas experiências no colégio. Ele era vítima de tão traumatizante perseguição de outros alunos que ameaçou destruir o time de futebol da escola. Mas a salvação veio através do Sr. Duncan, um professor de teatro, que ofereceu a Trevor o papel principal de sua peça, ao lado da bela Jenny Dahlquist. O professor e a garota tentam ajudar a Trevor manter-se na linha. Mas há um risco: o sombrio enredo sobre assassinos em um playground, combinado com o passado problemático de Trevor, faz com que os pais de outros alunos tentam vetar a peça. Se eles conseguirem é possível que a voz de Trevor jamais seja ouvido e isso pode detonar uma bomba-relógio humana.

A pesquisa da ABRAPIA (2003) nos oferece dados importantes:
  • 40,5% dos adolescentes já vivenciaram uma situação de bullying;
  • Geralmente acontece em sala de aula e essa invisibilidade ou a não interferência do professor agravam o problema;
  • 50% das vítimas não denunciam, por conta de se sentirem ameaçadas e não decepcionarem seus pais (baixa auto-estima);
  • Meninos – agressões físicas;
  • Meninas – intrigas, fofocas e exclusão.
Brincadeiras ou Bullying?
  • Ação repetida e intencional – Os educadores precisam diferenciar o que brincadeira de mau gosto e o que é bullying. Ele precisa acontecer repetidas vezes para ser caracterizado como tal.
  • Duração prolongada – o bullying pode durar vários anos.
  • Falta de motivação;
  • Desequilíbrio de poder – a vítima é indefesa e não tem capacidade de solucionar o problema. O mentor do bullying não o pratica, muitas vezes. Ele instiga outros alunos para que o faça por ele.
  • Impossibilidade de defesa.
Vitimas:
  • Pouca habilidade de socialização;
  • Dificuldade para reagir às agressões;
  • Características físicas, comportamento, condição socioeconômica, ou orientação sexual diferentes;
  • Hiperativos e impulsivos;
  • Muitas vítimas tornam-se agressores;
  • Não pedem ajuda por medo de retaliações ou por não quererem decepcionar os pais.
Agressores:
  • Ambos os sexos;
  • Desrespeito às normas;
  • Dificuldade de lidar com frustração;
  • Liderança;
  • Pequenos delitos;
  • Desempenho escolar regular e insuficiente;
  • Ausência de culpa;
  • Desafiadores e agressivos;
  • Dificuldade em lidar com figuras de autoridade;
  • Mentiras constantes.
Cyberbullying ou Bullying Virtual:
  • Uso dos recursos da Internet;
  • Efeito multiplicador e duradouro;
  • Anonimato: criação de perfis falsos pelo agressor;
  • Impunidade;
  • Maioria de adolescente;
  • Passível de ação penal.
Consequências:
  • Tendência ao isolamento
  • Dificuldade de participar das discussões em sala de aula
  • Queda de rendimento escolar
  • Fobia escolar
  • Mudanças de humor
  • Insônia, sintomas de dor de cabeça, estômago
  • Irritadas, ansiosas e tristes
  • Mais propensas a desenvolver transtornos afetivos, depressão, anorexia, bulimia, síndrome do pânico;
  • Suicídio e homicídio.
Intervenções possíveis:
  • Conscientização;
  • Sensibilizar a comunidade (todos os agentes escolares);
  • Ambiente de confiança, solidário e ético (assembleias para discutir as regras de convivência, estimulando os estudantes a falar sobre os seus sentimentos);
  • Dar apoio e proteção ás vítimas;
  • Estabelecer regras e limites claros;
  • Aplicar sanções sem tolerância em casos de bullying.
Cartilha sobre Bullying

Vídeo-aula 27: Práticas de cidadania

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


A elaboração e desenvolvimento de projetos de atenção à comunidade, e seus pressupostos psicossociais, são a base desta vídeo-aula da Profa. Patrícia Junqueira Grandino.

Perspectiva psicossocial sobre a realidade social
  • Concepção construtivista e histórico-cultural compreende que a realidade social é construída historicamente;
  • O sujeito humano produz e é determinado pela realidade social;
  • Aquisição de conhecimentos – dar sentido ao mundo; constitui processo dialético entre a atividade simbólica e a atividade.
Implicações da perspectiva construtivista na abordagem psicossocial
  • Enfatiza as representações sociais do processo saúde-doença em diferentes grupos ou sociedade;
  • São as representações que orientam as ações de todas as pessoas. É preciso compreendê-las, bem como compreender o sentido pessoal que cada um atribui às experiências, caso se objetive interferir nas ações.
Contribuições da psicologia para o atendimento em programação da saúde
  • Reconhecimento do sujeito humano ampliado pela compreensão psicológica, emocional; resultado do entrecruzamento das dimensões histórico-cultural, biológica, inter e intrapessoal;
  • Reconhecimento das formas de produção de subjetividade que implicam em crenças e determinam posturas e modos de agir nos sujeitos;
  • A relação entre o saber oficial (científico, médico) e o saber popular, precisa ser mediado pela compreensão do sentido construído pelo sujeito (e seu grupo) e pelas representações que subjazem a esse saber.
Etapas para e elaboração de atenção direta
  • Reconhecimento, caracterização e contextualização do campo;
  • Estabelecimento de parcerias com comunidades-alvos e seus representantes;
  • Levantamento conjunto das demandas a serem atendidas;
  • Problematização das demandas e definição dos temas dos projetos.
Elaboração dos projetos
  • Objetivos;
  • Definição do público;
  • Metodologia e estratégias de intervenção;
  • Resultados esperados;
  • Cronograma.

Vídeo-aula 26: Estratégia de Projetos e Educação em Valores

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


Nesta aula, são apresentados exemplos de atividades desenvolvidas em um projeto escolar que almejava a formação ética de futuros cidadãos e cidadãs. A busca de respostas às perguntas da rede evidencia como a estratégia de projetos possibilita que as disciplinas escolares relacionem-se entre si e ao tema transversal na construção de um conhecimento multidimensional que não se justifica por si mesmo, mas tem a intenção de levar alunos e alunas a conhecer e transformar o mundo em que vivem.

Ricardo Fernandes Pátaro

Ao se explorar o tema: “Trabalho infantil e educação no Brasil” com as crianças, vários outros conteúdos surgiram como necessidade, além dos previstos inicialmente.

Atividades propostas:

1ª proposta: Atividade de renda per capita
  • Exibição de vídeo planejado pelo professor;
  • Iniciar a pesquisa sobre trabalho infantil;
  • Trabalhar com os conteúdos matemáticos;
  • Imprevisto a partir de dificuldades;
  • Imprevisto: Informação que as crianças não entenderam: “(...) Existem 32 milhões de crianças que vivem em famílias com renda mensal per capita de até ½ (meio) salário mínimo.”
2ª proposta: A escrita com narrativa
  • Escrita de narração planejada pelo professor;
  • Registrar trabalho feito até o momento;
  • Trabalhar com conteúdo de português;
  • Diálogo entre uma criança que trabalha e seu patrão;
  • Evidenciar sentimentos, experiências e relações do personagem com seu trabalho, patrão, família e planos para o futuro.
3ª proposta: Troca de cartas de escola vizinha
  • Compra de jogos para doar à escola e trabalho com conteúdos de matemática;
  • Visita à escola vizinha e trabalho em conjunto entre alunos das duas escolas;
  • Viver e conhecer uma realidade social econômica diferente.
"Assim, pode-se dizer que são muitos os caminhos que um projeto transversal percorre. O ponto de partida é sempre a partir dos temas transversais, mas mesmo depois de escolhidos os conteúdos para se trabalhar, outros caminhos são trilhados, pois imprevistos e problemáticas que surgem ao longo desta trajetória, vão permeando e enriquecendo o processo da busca do conhecimento."
Rede Global
http://escoladeredes.ning.com/
(acessado em 30 de outubro de 2011)

"Ao final do trabalho com o projeto, observa-se uma enorme rede de conteúdos trabalhados. A consciência crítica destes alunos é expandida e os valores, tão necessários para o desenvolvimento do educando, estão intrínsecos. Desse modo, podemos dizer que há a efetivação da construção do saber e que a estratégia de projetos pode colaborar na construção de valores na escola." (Meily Cassemiro Santos)

Vídeo-aula 25: Estratégia de Projetos e a Construção da Rede

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


O objetivo da aula é apresentar as etapas básicas de um projeto escolar e a construção de uma rede. Desde a escolha do tema, passando pela elaboração das perguntas e planejamento docente, a aula mostra imagens da rede de um projeto desenvolvido com crianças de 10 a 11 anos do Ensino Fundamental. Trata-se de uma possibilidade de trabalho apoiada em teorias de complexidade, interdisciplinaridade e transversalidade.

Ricardo Fernandes Pátaro

O projeto tem início com a escolha de um tema transversal.

Etapas de um projeto:

1 - Escolha de tema amplo relacionado à formação de valores; exemplo: a D.U.D.H.:

2 - Estudos de aproximação ao tema; exemplo: o professor leva imagens e texto sobre violações dos Direitos Humanos (inclusive a própria Declaração):
 
Tortura
3 - Escolha de temática mais específica para ser estudada; exemplo: cada dupla de alunos escolhe um dos trinta artigos para pesquisa.

4 - Elaboração de perguntas partindo do interesse dos alunos; exemplo: se a dupla escolheu o Artigo VI "Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei", pode elaborar questões sobre as causas de não termos atingido a totalidade destes direitos ainda, ou, quais as políticas públicas para atingi-las.

5 - Planejamento docente das estratégias e metodologias, articulando as perguntas aos conteúdos disciplinares; exemplo: a Sociologia pode verificar as respostas em nível de políticas sociais para a solução do problema; a disciplina de Língua Portuguesa a correção ortográfica dos cartazes digitais, as Artes com a diagramação, a estética do cartaz, a História com o desenvolvimento das leis desde a Revolução Francesa até chagarmos à Declaração em 1948.

6 - Busca coletiva de respostas às perguntas do projeto. Exemplo: os alunos podem fazer uma exposição com os cartazes para a conscientização da comunidade na busca de soluções.
Cartaz digital feito por alunos do Ensino Médio


Vídeo-aula 24: Diversidade/pluralidade cultural na escola

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


Na aula “Diversidade/Pluralidade Cultural na Escola” busca-se expor como o tema da diversidade cultural/étnica toma novos contornos a partir do final da década de 1990, com a publicação de parâmetros e diretrizes educacionais, além novas leis e definições sobre o tema. Para levantar questões sobre o complexo e urgente desafio de se lidar com as diferenças, que se multiplicam e deslocam no contexto escolar, analisam-se as seguintes categorias: O outro como fonte de todo mal; O outro como sujeito pleno de uma marca cultural e O outro como alguém a tolerar.

Daniele Kowalewski

Educação e construção de valores:
  • Maior acesso e diversidade;
  • As dificuldades de se lidar com a diferença / diversidade / pluralidade/ multiculturalismo;
  • A Igualdade e a Diferença.
Algumas categorias para pensarmos:

Segundo Silvia Duschatzky e Carlos Skliar em “O nome dos outros. Narrando a alteridade na cultura e na educação”:
  • O outro como fonte de todo mal;
  • O outro como sujeito pleno de uma marca cultural;
  • O outro como alguém a tolerar.
Histórico e Diretrizes: questões das diferenças como assuntos educacionais.
  • Constituição de 1988: tema da Pluralidade é abordado.
  • 1996: LDB aborda alguns parágrafos destinados às diferenças com foco na educação indígena.
  • 1998: publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a Pluralidade Cultural passa a ser um dos temas transversais da educação brasileira.
  • 2003: Lei 10 639: obrigatoriedade da história da África e Cultura afro-brasileira em nossas escolas.
  • 2005: Diretriz Curricular Nacional para a Educação Étnico-Racial.
  • 2007: Publicação do Programa Ética e Cidadania com textos de autores consagrados e ideias de atividades para que este trabalho seja contemplado no âmbito das escolas.
  • 2010: assinatura do Estatuto da Igualdade Racial:
    • Discriminação racial passa a ser definida como “distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em etnia, descendência ou origem nacional”;
    • Desigualdade racial ficou definida como “as situações de diferenciação de acesso e gozo de bens e serviços e oportunidades nas esferas pública e privada;
    • População negra é formada por todas as pessoas que se classificam como tais ou como pretos, pardos ou outro termo parecido.
Algumas experiências e questões:
  • Oficinas com professores e trabalhos em sala de aula: trocas constantes;
  • Questões mais polêmicas: as cotas raciais;
  • O que fazer na escola quanto a temática da pluralidade?
  • Será que nós, educadores, conseguimos lidar com todas as diferenças?
  • É possível ensinar sobre o outro sem torná-lo exótico?
  • Afinal, como é possível educar na diferença?

Vídeo-aula 23: Assembléias escolares e democracia escolar

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


Neste vídeo, produzido pelo MEC e pela TVE, apresenta-se a proposta das assembléias escolares, como o momento institucional da palavra e do diálogo. Sua implementação solicita a transformação das relações interpessoais, ao mesmo tempo que intervêm na construção psicológica e moral de seus agentes. Com as assembléias atinge-se a finalidade de promover a participação das pessoas nos espaços de decisão e de democratizar a convivência coletiva e as relações interpessoais.

Assembleia é o espaço do diálogo para encontrar soluções para os conflitos na escola, concretizando uma escola democrática e participativa.

São propostos três tipos de assembleias:
  • Assembleia de classe: a partir de uma pauta pré-estabelecida são apresentadas as críticas, felicitações e soluções em sala de aula e colocadas em cartazes. Criticas aos fatos e não às pessoas. A regra de ouvir e esperar a vez par falar deve ser colocada.
  • Assembleia de escola ou de curso: participam os representantes de todas as turmas, professores, funcionários e a direção da escola. Apresentação de uma pauta pré-estabelecida com felicitações, críticas e sugestões. Escrever um cartaz mostrando para as classes as decisões tomada durante a Assembleia da escola ou de curso.
  • Assembleia docente: uma vez por mês os professores se reúnem com a coordenação e direção da escola com uma pauta pré-estabelecida para colocar críticas, felicitações e sugestões.
Os eventos descritos nesta vídeo-aula ocorreram na cidade de Campinas ( interior de São Paulo ) e visou a abordagem de problemas que ocorreram de forma corriqueira em uma escola. 

Esta nova análise aconteceu quando passou-se a incorporar nesta Unidade Escolar o termo Assembleia , na qual se fazia a análise de eventos (fatos) bons e ruins. Percebeu-se que houve enorme aceitação desta nova metodologia de análise e resolução de problemas e incorporação do mesmo à rotina escolar. 

A Escola Comunitária Escolar (ECC) foi fundada em novembro de 1977 e, atualmente, tem 1500 alunos, sendo criada pelos pais de alunos e teve como Diretora inicial a Senhora Amélia Palermo que afirma que houve, até os dias de hoje, a manutenção da mesma filosofia e propostas do Projeto Político-Pedagógico. Visa basicamente, além da instrução normal de toda e qualquer Entidade Educacional o desenvolvimento de princípios práticos que levem o aluno a seu pleno desenvolvimento moral. 

A Assembleia prima pela presença do diálogo e tentar resolver conflitos existentes entre os alunos de uma forma diferenciada. Busca o estabelecimento e instalação de uma escola democrática onde todos podem participar: todos podem criticar, colocando suas observações e ideias, havendo a incorporação de novos trabalhos e expondo seus pensamentos. Buscar lidar com os conflitos que surgem no dia a dia e buscar encontrar no diálogo entre alunos e professores a solução de problemas para tais desavenças, o que gera, indubitavelmente, o espirito de autonomia nos alunos. A busca por esta autonomia, por parte dos alunos, pareceu-me ser o ponto principal deste Unidade Escolar.

(Colaboração do discente Antônio Miguel Garcia, Toka, do Polo de Bauru, Curso 35)
 

Vídeo-aula 22: Prática de projetos e transversalidade em sala de aula: questões de Gênero no cotidiano escolar

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


A complexidade das questões de gênero no cotidiano escolar são abordadas a partir de uma perspectiva sócio-histórica, analisando a responsabilidade da escola - como uma das instâncias mais significativas de socialização - na aprendizagem dos papéis sociais a serem assumidos pelas futuras gerações. Destaca-se, entre eles, os papéis de gênero como constructos definidores da subjetivação do sexo biológico a partir de modelos psicossociais de dominação simbólica presentes na sociedade.

Pedagogia de Projetos
  • Tema transversal selecionado
  • Adesão voluntária
  • Projeto Interdisciplinar
Temas Transversais (PCNs):
  • Ética
  • Pluralidade Cultural (Diversidade Cultural)
  • Meio Ambiente
  • Saúde
  • Orientação Sexual
  • Temas Locais
Assim, é necessário que cada unidade escolar escolha o tema do projeto de acordo com a realidade que os cerca.

Eixos da discussão:
  • Construcionismo social
  • Socialização de gênero:
    • Sexo: determinação biológica
    • Sexualidade: significado atribuído à condição definida geneticamente
    • Relações de gênero: representações socialmente constituídas.

Vídeo-aula 21: sentimentos e afetos como tema transversal

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


Partindo do pressuposto de que os sentimentos e afetos devem ser tomados como objetos de ensino e de aprendizagem, esta vídeo-aula tem como principal objetivo apontar caminhos práticos para que, visando a formação ética das futuras gerações, a dimensão afetiva seja incorporada no cotidiano das escolas brasileiras.

Valéria Arantes

Há três conceitos que estão intimamente ligados ao tema:
  • Valores: dimensão afetiva. Valor é aquilo que eu gosto e contra-valor é aquilo que não gosto. Segundo Piaget, valores são trocas afetivas que o sujeito realiza com o meio exterior. Os valores surgem da projeção de sentimentos positivos sobre objetos, pessoas e relações.
Afetividade
  • Autoestima: diz respeito à autoimagem que o sujeito constrói sobre si mesmo. É fundamental para o processo de construção da cidadania. A baixa autoestima é um grande problema entre os jovens hoje em dia. Está relacionado com a sensibilidade de se perceber de uma maneira positiva, os tipos de sentimentos que o sujeito projeta sobre si.
Auto-estima
  • Autoconhecimento: consciência dos próprios conhecimento e valores. Está relacionado ao conceito de autonomia. Diz respeito ao processo de auto regulação que o sujeito constrói a própria conduta e à uma dimensão da sensibilidade para perceber a si mesmo. Tomar conhecimento dos próprios sentimentos, valores, ideias para se ter uma conduta coerente com o que se acredita.
Autonomia
Como incorporar os sentimentos e afetos no cotidiano de nossas escolas?

Transformando os sentimentos e afetos em objetos de ensino e aprendizagem.

Atividades apresentadas:
  • desenhar uma corpo humano e estipular um sentimento para cada parte do corpo.
  • escrever sobre os sentimentos e em qual momento a criança sente cada um deles.
  • desenhar do lado esquerdo da folha uma pessoa triste e do lado direito uma pessoa feliz, explicar o motivo desta pessoa estar assim. Depois sugerir maneiras para que esta pessoa fique feliz.
É preciso diagnosticar a situação e promover encaminhamentos.

Vídeo-aula 20: Violência e educação: Violência nas escolas

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


A aula discute a importância do diagnósitco sobre as práticas de violência que acontecem na escola (onde, quem, com quem, contra quem) para construir alternativas de ação, verificando o que a escola pode fazer e quais os parceiros (conexões) necessárias.
Violência física
Flavia Schieling

“Se puderes olhar, vê, e se puderes ver, repara”. José Saramago, “Ensaio sobre a Cegueira”. Reparar significa olhar atentamente.

Falar sobre a violência não é fácil, pois ela emudece.

O que compete e o que não compete à escola?

Produzir um diagnóstico e pensar em possíveis formas de ações.

São estes os eixos para reflexão:
  • Quais são as violências que aparecem na escola?
  • Violência – situações de ordens distintas contidas numa mesma expressão.
  • Violência extra escolar – ao entorno da escola.
  • À escola cabe o papel de construir conexões com a comunidade, através de projetos.
  • A violência familiar acaba penetrando no comportamento das crianças. Cabe à escola estabelecer conexões com setores da saúde e o Conselho Tutelar, por exemplo.
  • A violência da discriminação é algo muito presente no cotidiano escolar.
Violência na escola
Não é uma tarefa fácil, afinal a escola enfrenta diversas dificuldades e precariedades. Por isso, o coletivo deve estar unido à equipe gestora e à responsabilidade do governo, seja ele municipal ou estadual.

Vídeo-aula 19: Podem a ética e a cidadania ser ensinadas?

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


Muitas vezes, acreditamos ser a preocupação com a formação ética mais uma das novas atribuições da escola, em função de sua crescente presença na contemporaneidade. No entano, esse tipo de preocupação remonta pelo menos ao início da tradição do pensamento ocidental. A possibilidade e os desafios da formação ética foram tema recorrente dos diálogos e escritos de filósofos, escritores e poetas da Grécia Clássica. Destacamos alguns trechos desses diálogos, cuja leitura pode ainda guardar interesse para nós hoje.

Período homérico - As pessoas já nascem virtuosas ou não

Aquiles, modelo de guerreiro perfeito, concorda em entrar na luta. Pronto para a batalha, vestindo a armadura que lhe fez o deus-ferreiro Hefesto, ele brilha como o sol. Seus maxilares se trancam, seus olhos
lançam fagulhas. Com voz plangente como uma trombeta ele chama seus cavalos imortais, que nenhum outro homem consegue dominar, e um dos animais lhe responde. Sim, diz o corcel, ainda desta vez eles trarão de volta seu dono, são e salvo, ao campo grego, porém o dia de sua morte já se aproxima e quando este chegar, ainda que eles tivessem a velocidade e a força do vento oeste, não seriam capazes de salvá-lo. “Você está destinado a morrer violentamente, Aquiles.” A resposta de Aquiles é impaciente: “Não perca fôlego em dizer isso, pois eu sei. Sei muito bem.” Com um grito assustador ele lança seu carro de guerra em direção à linha de frente. (Homero - Ilíada)

Período socrático e pós-socrático - discussões sobre o ensino das virtudes

Os homens tornam-se bons e virtuosos devido a três fatores, e estes são, a natureza, o hábito e a razão. Ora, a razão e a inteligência são os fins da nossa natureza. Por isso é necessário preparar-lhes a formação e o cultivo dos hábitos. Já se disse que a natureza devem ser os futuros cidadãos [...] o resto é obra da educação.
Realmente toda arte e educação esforçam-se por completar o que falta à natureza. Ninguém porá em dúvida que ao legislador incumbe, sobretudo o cuidado à educação. Pois o costume adequado a cada constituição sói defendê-lo e, no começo fundá-lo também… E sempre o costume melhor é a causa de melhor constituição. É claro, então que compete às leis regularem a educação e torná-la pública. (Aristóteles - A Política)

"Em verdade, com este meu caminhar não faço outra coisa a não ser convencer-vos, jovens e velhos, de que não deveis vos preocupar nem com o corpo, nem com as riquezas, nem com qualquer outra coisa antes e mais que com a alma, a fim de que ela se torne excelente e muito virtuosa, e de que das riquezas não se origina a virtude, mas da virtude se originam as riquezas e todas as outras coisas que são venturas para os homens, tanto para os cidadãos individualmente como para o Estado. Se ao falar desta maneira corrompo os jovens, está certo, isto significará que minhas palavras são nocivas, mas se alguém afirma que falo diferentemente e não deste modo, então diz coisas insensatas. Por tudo isso, permiti que vos diga, ó cidadãos atenienses: ou dareis ouvidos a Ânito, ou não dareis, absolver-me-eis ou não, mas, de qualquer forma, tende a certeza de que nunca agirei de outra maneira que esta, mesmo que não só uma, mas muito mais vezes devesse morrer." (Platão - A Defesa de Sócrates)

Aristóteles e a defesa de que as virtudes podem ser ensinadas

Portanto, nem por natureza nem contrariamente à natureza a excelência moral é engendrada em nós, mas a natureza nos dá a capacidade de recebê-la, e esta capacidade se aperfeiçoa com o hábito. (...)
Logo, acontece o mesmo com as várias formas de excelência moral; na prática de atos em que temos de engajar-nos dentro de nossas relações com outras pessoas, tornamo-nos justos ou injustos; na prática de atos em situações perigosas, e adquirindo o hábito de sentir receio ou confiança, tornamo-nos corajosos ou covardes. O mesmo se aplica aos desejos e à ira; algumas pessoas se tornam moderadas e amáveis, enquanto outras se tornam concupiscentes ou irascíveis, por se comportarem de maneiras diferentes nas mesmas circunstâncias. Em uma palavra, nossas disposições morais resultam das atividades correspondem às diferenças entre nossas atividades. Não será pequena a diferença, então, se formarmos os hábitos de uma maneira ou de outra desde nossa infância; ao contrário, ela será muito grande, ou melhor, ela será decisiva. (...)
Devemos considerar agora o que é a virtude. Visto que na alma se encontram três espécies de coisas – paixões, faculdades e disposições de caráter -, a virtude deve pertencer a uma delas.
Por paixões entendo os apetites, a cólera, o medo, a audácia, a inveja, a alegria, a amizade, o ódio, o desejo, a emulação, a compaixão, e em geral os sentimentos que são acompanhados de prazer ou dor; por faculdades, as coisas em virtude das quais se diz que somos capazes de sentir tudo isso, ou seja, de nos irarmos, de magoar-nos, ou compadecer-nos; por disposições de caráter, as coisas em virtude das qual nossa posição com referência às paixões é boa ou má. Por exemplo, com referência à cólera, nossa posição é má se a sentimos de modo violento ou demasiada fraco, e boa se a sentimos moderadamente; e da mesma forma no que se relaciona com as outras paixões. (...)
Por conseguinte, se as virtudes não são paixões nem faculdades, só resta uma alternativa: a de que sejam disposições de caráter. (...)
Analogamente, no que tange às ações também existe excesso, carência e um meio-termo. Ora, a virtude diz respeito às paixões e ações em que o excesso é uma forma de erro, assim como a carência, ao passo que o meio-termo é uma forma de acerto digna de louvor; e acertar e ser louvada são características da virtude. Em conclusão, a virtude é uma espécie de mediania, já que como vimos ela põe a sua mira no meio-termo. (...)
A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consistente numa mediania, isto é, um justo meio relativo a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática (prudência / fronesis). E é um meio-termo entre dois vícios, um por excesso e outro por falta; pois que, enquanto os vícios ou vão muito longe ou ficam aquém do que é conveniente no tocante às ações e paixões, a virtude encontra e escolhe o meio-termo. (...)
Tanto a virtude como o vício está em nosso poder. Com efeito, sempre que está em nosso poder o fazer, também o está o não fazer, e sempre que está em nosso poder o não, também está o sim. (...) 
(Aristóteles - Ética a Nicômaco)

Vídeo-aula 18: Educação integral

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


Este programa produzido pela UNIVESP TV traz a rica experiência de educação integral, voltada para construção da cidadania, que escolas da rede pública de São José dos Campos, vêm desenvolvendo.


Educação Integral

Daniele Zebini

Integral. Por definição, quer dizer total, inteiro, global. É isso o que se pretende com a educação integral: desenvolver os alunos de forma completa, em sua totalidade. Muito mais do que o tempo em sala de aula, a educação integral reorganiza espaços e conteúdos. Um grande desafio, mas que já começa a tomar forma.

O Programa Mais Educação, do MEC, por exemplo, trabalha neste sentido desde 2008, promovendo a ampliação de tempos, espaços e oportunidades educativas, de modo que a tarefa de educar seja dividida com os pais e a comunidade. 

Como fazer para implantar um sistema complexo como esse em um país em que a maioria das escolas oferece apenas 3 a 4 horas de aula por dia para atender à imensa demanda de alunos que precisam estudar? A cidade de Palmas, no Tocantins, mostrou que nada é impossível. Inicialmente, foram implantadas nas escolas municipais as "salas integradas", com ampliação da carga horária de estudantes de renda mais baixa. Depois, somaram-se outras 4 modalidades: jornada ampliada, escolas de tempo de integral (com estrutura pensada especificamente para o período integral), educação integral no campo e educação integral nos centros de educação infantil.

Todos os alunos atendidos cursam as mesmas disciplinas e oficinas no contraturno escolar, e os professores procuram mostrar como se relacionam as diversas áreas do conhecimento. "Palmas é um exemplo importante de que a educação integral é possível", afirma Márcia Quintana, coordenadora de programas na Fundação Itaú Social. Ela lembra, no entanto, que não dá para estabelecer um modelo padrão para o país todo. "O Brasil é muito grande, com localidades de características muito diferentes. Por isso, cada estado e município devem implantar a educação integral de acordo com a própria realidade."



(acessado em 29 de outubro de 2011)

Vídeo-aula 17: Pedagogia de Projetos

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


Para introduzir a prática com a pedagogia de projetos, conceitos e como essa perspectiva pedagógica permite desenvolver na escola trabalhos de forma transversal e interdisciplinar, a UNIVESP TV produziu especialmente para o curso “Ética, valores e saúde na escola” um programa especial: "Pedagogia de projetos". Nesse programa são mostradas duas experiências de projetos na educação básica, em que diferentes disciplinas e professores dialogam no desenvolvimento das atividades didáticas.

A realização de um sonho nasce de um planejamento adequado.
Não existe nada mais agradável que o sabor da conquista e da vitória, porém não há comemoração sem estratégias para atingir os objetivos.
No mercado profissional, o contexto não difere, pois se não há projetos não há construção. 
E não há um termo que expresse melhor a fórmula do sucesso do que a palavra aprimoramento. Unindo as duas fórmulas, tanto do desenvolvimento pessoal como do profissional, deparamos com outro conceito, muito mais amplo, que é o planejamento de uma vida, na qual objetivos e sucesso profissional caminham juntos na direção dos sonhos. 


Uma folha em branco, uma caneta e os traços dos sonhos. 
Mesmo os projetos mais complexos iniciam com um simples desejo escrito em uma folha em branco. 
Segundo os especialistas em recursos humanos, para todos os acontecimentos importantes na vida existe um documento escrito. Assim surgiram as certidões de nascimento, casamento e até mesmo a de óbito para registrar datas. 
As conquistas também são sempre documentadas em escrituras na compra e venda de imóveis, na aquisição de veículos e até mesmo na compra de de aparelhos eletrônico, o cliente sai com um certificado atestando que o produto lhe pertence. No entanto, quando o assunto é planejamento de vida ouve-se sempre uma informação negativa sobre sua existência. 
Infelizmente, a cada dez pessoas apenas uma responde que possui metas claras para a sua vida e muitas relatam que as metas estão todas arquivadas em sua cabeça. 

Os especialistas vão mais longe e declaram: “Se estiver somente na cabeça, não é um registro, não é um documento, e não vai ajudá-lo a obter sucesso. 
Pouquíssimas pessoas elaboram o seu planejamento de metas com a devida clareza do que se pretende para o dia seguinte, quanto mais para daqui a um, cinco ou dez anos. Ansiar pelo sucesso sem antes estabelecer uma meta definida é o mesmo que procurar uma agulha num palheiro. 
Aliás, é pior do que isso; é o mesmo que procurar a agulha sem mesmo saber como ela é e, ao encontrá-la, não saber reconhecê-la”, declara Yasushi Arita, consultor de treinamento em recursos humanos. 
Há uma comparação do desenvolvimento do ser humano com a estrutura das empresas, visando a administração pessoal e familiar. 

Dificilmente uma pessoa admite a possibilidade de uma empresa não ter um planejamento para o seu desenvolvimento. 
Isso é considerado incorreto e inadmissível. 
Para uma empresa, é o mesmo que assinar a falência de todo um investimento e atestar a falta de tino profissional e empresarial de seus dirigentes, é a porta aberta para ser esmagado pelo concorrente. 
Na vida de qualquer pessoa, o planejamento de metas e objetivos tem o mesmo peso, aliás, é ainda mais importante, porque disso depende o sucesso em todos os âmbitos de sua vida. 
Quem não tem metas e objetivos não sabe onde quer chegar, está à deriva, sem controlar o próprio leme de sua vida. 

Assim como as empresas, para alcançar o sucesso, a realização pessoal e profissional, é preciso ter um planejamento de metas, com datas, prazos, ações e especificações detalhadas para tudo o que se deseja alcançar. 
O sucesso é decorrência de um planejamento, um documento escrito, detalhado, palpável e possível de ser visualizado, idealizado e vislumbrado, que consistem em várias etapas.

Fonte: Jornal Brasil Seikyo 11 de Dezembro de 2004, edição nº 1775

Vídeo-aula 16: A construção de valores e a dimensão afetiva

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


Apresentamos, nesta vídeo-aula, a perspectiva da afetividade como organizadora do pensamento e, desta forma, como parte fundamental na construção de valores. Ao final, apresentamos algumas indicações de trabalho com os sentimentos na escola.

Prof. Viviane Pinheiro

Segundo Piaget a afetividade é fonte de energia para a cognição e como um dos aspectos organizativos do psiquismo humano. A afetividade (motivacional) é tão importante quanto a cognição na psique humana. 

Exemplo: a gasolina ajuda o carro a andar, ma tampouco modifica o motor do carro.

A afetividade como “fonte de energia” para a cognição e a afetividade como um dos aspectos organizativos do psiquismo humano.

Os sentimentos de vergonha e culpa

Vergonha: relaciona-se à forma como o outro me vê; desejo de se esconder ou escapar;

Culpa: relaciona-se à auto-avaliação do sujeito; desejo de se confessar, de se desculpar.

Aspectos que os relacionam:
  • São sentimentos morais
  • São tidos como negativos
  • São atribuições internas, mas vivenciadas em relações interpessoais
  • Emergem da regulação dos valores morais
Implicações educacionais:
  • Os sentimentos são objetos de conhecimento na escola, para reflexão entre os alunos
  • Não minimizar vínculos afetivos
  • Respeito à diversidade a partir do valor tolerância regulado pelos sentimentos morais
  • Promoção de um ambiente mais saudável e feliz, em que os sentimentos positivos levem à resolução de conflitos morais para um mundo mais justo e solidário

Vídeo-aula 15: Dimensões constitutivas do sujeito psicológico

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


Nesta vídeo-aula, vamos discutir a multidimensionalidade constituinte do psiquismo humano, e como as dimensões cognitiva, afetiva, sóciocultural e biológica se articulam no funcionamento psicológico para explicar a complexidade de nossos pensamentos e ações.

O SUJEITO PSICOLÓGICO

Constitui-se na interação com o meio (coisas, pessoas e cultura) através de um mundo consciente e inconsciente.

Existem quatro dimensões constitutivas do sujeito:

  • Biológico (organismo humano)
  • Cognitivo (inteligência, parte intelectual, Piaget)
  • Afetivo (afetos, emoções e sentimentos)
  • Sócio-cultural (crenças e cultura)

Esses fatores, simultaneamente, interagem entre si, formando a complexa identidade deste sujeito. Cada um de nós está conectado em todas estas dimensões e se interagem no dia a dia.

Nesse contexto, é necessário que nós, como agentes da educação, estejamos atentos ao analisar o nosso aluno de maneira diferenciada, pois ele é fruto de todas as dimensões complexas que o compõe e sua interação com o meio, causando possíveis oscilações no comportamento.


Todas essas dimensões se interagem simultaneamente o tempo todo, e o resultado dessa interação é a formação do homem, que na escola, são os alunos e professores. Seguindo essa lógica, na escola não se separa o “eu professor” do “eu pessoal”, os problemas pessoais não param quando se entra na escola ou vice-versa. O sujeito psicológico é único, não há separação. E acontece o mesmo com os alunos, os problemas biológicos podem afetar a parte afetiva e sócio-cultural que pode atrapalhar a parte cognitiva. Nesse contexto, é importante que nós profissionais da educação, estejamos atentos ao julgar o nosso aluno, pois ele é fruto de todas as dimensões complexas que o compõe e sua interação com o meio. Mas o contrário também se faz verdade: o aluno não pode julgar o professor. E o mais importante é: não se pode colocar a culpa em uma dimensão para ser a justificativa de um problema do professor e/ou aluno.

Vídeo-aula 14: Projetos

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


Explorar a idéia de projeto como o modo de ser do ser humano, destacando as dimensões básicas do projetar na articulação da ação docente é o objetivo principal da presente aula.

Projeto (Latim- pro jactum): lançar-se para frente; supõe que tenhamos metas e objetivos. O risco é uma abertura para a criação. Não é possível a coação, ou seja, outra pessoa agir em nosso lugar. Ninguém pode ter projeto pelo outro. Pai não pode ter projeto pelo filho e professor não pode ter projeto pelo aluno. Há projetos pessoais e há projetos coletivos. Um grupo pode fazer e realizar um projeto.

Projeto pessoal

Sendo cada ser um ser único de vontades próprias, também possui seus projetos pessoais.

Seja eles de ordem profissional, sentimental ou religiosa. Porém, para a realização desse projeto pessoal, depende unicamente do próprio ser, ninguém pode realizar um projeto pessoal para o outro.

Projeto coletivo

A cabeceira dos projetos são os sonhos, a esperança e as utopias que acreditamos. O pior problema da escola não é ter alunos que não sabem, mas ter alunos sem nenhuma ilusão. Ter ilusões é querer jogar o jogo. Quem não tem ilusão, não projeta. Sonhos, ilusões, utopias e esperança: é preciso planejar, avaliar e traçar os caminhos (trajetória) para realizar um projeto.

Roteiro para desenvolver metas claras 

1º) Definir o que deseja realizar — Ter convicção do seu desejo. 

2º) Traçar claramente o prazo em que deseja alcançar a meta — Isso significa determinar dia, mês e ano. Nesta etapa você definirá claramente a data para alcançar sua meta. Dentro do seu planejamento, é indispensável programar alguns planos para checar o grau de evolução. 

3º) Escrever, com clareza e precisão, qual é sua meta, quanto tempo levará para ser atingida, a data de início e o que você vai fazer para alcançá-la. O resultado que você obtiver será diretamente proporcional ao que você fizer. 

4º) Ler em voz alta o que escreveu — A regra diz ler duas vezes por dia, no mínimo, de manhã e à noite. Sempre que fizer a leitura das metas, deve-se ter o pensamento de que já as concretizou. 
O seu subconsciente começará a trabalhar no sentido de concretizá-las. Os especialistas indicam que o ideal é ler 21 vezes por dia durante 21 dias para gravar no inconsciente e subconsciente. 

5º) Despertar um desejo ardente — É necessário que a concretização de suas metas, sonhos e objetivos seja tão vital como o ar que você respira. Se você não respirar, morre. Portanto, esse mesmo desejo de viver é que temos que ter nesta etapa. 

6º) Ação — Esta é a etapa mais importante. Consiste em partir para a ação imediatamente! Talvez você esteja pensando que agora não é o momento oportuno, que ainda não está preparado e que a executará, em breve, se tudo correr bem. É necessário que você saiba que o sucesso não é algo oportuno, e que mesmo as coisas inoportunas têm o seu devido valor. Portanto, comece hoje mesmo, pois se você não agir, nada acontece. 

Imagine diariamente as suas ações!



A imaginação é uma propriedade realizadora e fantástica que todos têm. Cada uma das etapas para a elaboração do planejamento de metas requer a devida atenção para que o resultado seja de conquistas e realizações. Basta empenho e coragem para expor o que você realmente deseja. 
As dificuldades na elaboração desse documento valem a atenção para serem superadas, pois é por meio desse valioso documento que se conquistará o sucesso em todos os âmbitos da vida."

Fonte: Jornal Brasil Seikyo 11 de Dezembro de 2004, edição nº 1775

Vídeo-aula 13: Conhecimento em rede

MÓDULO I - INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE E CONSTRUÇÃO DE VALORES


A idéia de rede está no cerne do pensamento transdisciplinar. Explicitar algumas das características importantes da imagem do conhecimento em rede, como o acentrismo e a metamorfose, é o objetivo principal dessa aula.

A imagem do conhecimento é a de rede.

Temos uma primeira imagem do conhecimento que a cabeça do aluno é como um balde.

“Os alunos têm nível baixo” ou “o aluno não atingiu o nível” são expressões da imagem do balde como conhecimento. É renitente, pois resiste à ideia de rede , acreditando que a aprendizagem é medida.

Descartes: encadeamento de ideias 

A organização da aula é como se fosse um grande encadeamento. Descartes dizia que para conhecer tenho que caminhar do simples para o complexo. Quem planeja numa perspectiva cartesiana sabe conjugar dois verbos: reclamar e prometer.

A segunda imagem do conhecimento é inserir o trabalho na sala de aula dentro da interdisciplinaridade.

Ações são o modo como se planeja, avalia, escolhe os materiais, didáticos, como pensa a organização curricular.

Conhecimento é rede de significados. Aprender não é como atravessar uma rua, mas é como navegar num mar de relações.

Descartes diz que temos que saber o simples e ir para o complexo. Ora, a coisa mais complexa é querer explicar o que é simples. A realidade apresenta-se para nós como uma teia de relações. Desde o momento que aprendemos a falar, aprendemos a relacionar as coisas e construir noções por meio de relações.

Ninguém começa nada na escola. A escola tem o papel de enriquecer a rede de conhecimentos e apagar certas relações que não estão adequadas. É o sentido comum versus o sentido técnico:

  • interesse - acentrismo
  • atualidade - metamorfose
  • diversidade - transdisciplinaridade
  • adequação - escalas
  • liberdade - mapa
  • significado - conectividade
Acentrismo é o conhecimento não tem um ponto de partida, não tem um centro. A rede tem centros de interesse. Todos navegamos na mesma rede, mas cada um de nós entra por uma porta diferente.

Metamorfose são feixes de relações. Existem outras relações para se ensinar logaritmos, por exemplo. Os conceitos não são tão volúveis como na Internet, que mudam de uma hora para outra. O conceito de rede é estar em permanente estado de atualização.

Não podemos, como cidadãos, deixarmos de estudar História, pois é através dela que compreendemos o significado das mudanças.

Transdisciplinaridade são todas as noções importantes da vida eu penso além das disciplinas. O tema “água” faz parte de todas as disciplinas, pois “transborda” todas as áreas do conhecimento.