quarta-feira, 11 de abril de 2012

Vídeo-aula 19: Relações etnicorraciais na escola

MÓDULO III: DIREITOS HUMANOS E CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA
A videoaula discute os conceitos de Raça, Racismo e Etnia, observando as correlações entre os mesmos e seus possíveis reflexos no cotidiano pedagógico, lançando mão dos estudos sobre as teorias racistas e os discursos antirracistas.

Professor Cesar Rodrigues da Faculdade de Educação da USP. 

O que é raça 

Apresentação do conceito a partir dos escritos de Munanga (2004)

  • sorte, categoria, espécie; 
  • utilizado na zoologia e na botânica para classificar espécies animais e vegetais;
  • como processo dos estudos em genética humana, biologia molecular e bioquímica; 
  • conceitos sem validade para explicar a espécie humana. Porém, isso não significa que todas as populações e seus indivíduos sejam geneticamente semelhantes;
  • o problema da utilização do termo para denominar a espécie humana;
  • rastro da hierarquização – escala de valores (biológico x qualidade de valores intelectuais, culturais e psicológicas);
  • como consequência dessa hierarquização, (raça branca passou a ser mais importante que a branca e amarela);
  • mesmo sem validade científica o termo raça continua valendo em nível politico-ideológico, pois tem vários significados em partes diferentes do mundo.
Racismo 

  • segundo o Dicionário Houaiss é o conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre as etnias, ou doutrina ou sistema politico fundado sobre o direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar outras;
  • de acordo com Kabenguele e Munanga, o termo foi criado na década de 1920 o seu conceito não é consensual (em cada país o conceito ganha novas configurações).
  • racismo clássico (raça com fundamentação) e o racismo novo (étnica ou grupo cultural, utilizada em caráter mais aceitável). 
Etnia: Segundo Munanga (2004, p.29): conjunto de indivíduos que histórica, ou mitologicamente, tem um ancestral comum, tem uma língua comum, tem a mesma religião ou cosmovisão, uma mesma cultura, moram geograficamente num mesmo território. 

A etnia passa a ser usado em lugar de raça por ser politicamente correto. 

Algumas etnias podem constituir sozinhas nações e substituir raça por etnia é apenas uma questão semântica (politicamente correto), porém as vitimas são as mesmas assim como as raças de ontem são as etnias de hoje. 

Um grupo racial pode ter muitas etnias, porém, uma etnia só comporta uma raça. A desigualdade continua sendo presente; relações desiguais de poder, hierarquização, escola e sociedade. 

Reflexão sobre: Somos um país de mestiços: afirmação perigosa. 

Por que perigosa? 

Apesar de parecer unificadora esconde as grandes diferenças entre as populações e reforça o mito da democracia racial. 

Geneticamente brancos e negros são iguais, porem as questões políticos ideológicos como ficam? 

Um pais de mestiço só acabaria com os problemas dos negros e a medida que somos mestiços as oportunidades seriam iguais, Porem os marcadores sociais mostram que os negros são mais prejudicados. Os negros têm dificuldades de acesso a terminados setores (econômicos, políticos, sociais, etc.). 

Podemos não te diferenças biológicas, porem as diferenças sociais e econômicas são evidentes. 

Diferentes ascensões sociais: o branco ganha mais que o negro.

Mito da democracia racial: aqui todos são avaliados por sua capacidade, independente de sua raça. 

E como são os discursos de desigualdade racial e/ou mestiçagem na escola? 

- Em que lugar esses discursos refletem? 

- Quem sofre as consequências diretas desses discursos. 

- O que é produzido por tais discursos? - Identidades e diferenças entre os alunos - as identidades brancas sempre prevalecem sobre as identidades negras (perversidade).

Refletem em todos os locais e principalmente nas salas de aulas: alunas e alunos negros. 

Quem leva vantagem é a população branca sobre a negra. 

Cabe aos professores a observação e identificação de preconceitos e observar nossas atitudes. 

Reflexão sobe a situação racial e atingir a questão da justiça curricular e social, para que possamos dar um tratamento equitativo – dar mais para quem tem menos (no caso favorecer mais o desenvolvimento da etnia negra). 

Dar uma educação que evidencie a igualdade e a oportunidade democrática, pois, infelizmente, os negros são inferiorizados nas escolas públicas.

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