segunda-feira, 19 de março de 2012

Vídeo-aula 15: Produção da identidade/diferença: culturas juvenis e tecnocultura

MÓDULO III: DIREITOS HUMANOS E CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA
A aula tem por foco analisar a importância da tecnocultura na constituição das identidades e “diferenças” presentes nas culturas juvenis. Para isso, discute o que são as culturas juvenis defendendo seu aspecto social em vez de biológico; descreve algumas das características do fenômeno da juventude ao longo do tempo; prioriza a diversidade de características, contrariando a idéia de uma cultura juvenil universal. Por fim, enfoca as culturas juvenis urbanas e a relação estreita de grande parte dos jovens com a tecnocultura e seus efeitos sobre suas práticas e linguagens.

Professora Mônica Fogaça


Tecno-cultura, culturas juvenis urbanos, o mundo da Internet. 

Três etapas: 

1 – O que é o fenômeno da juventude? 

2 – Condições e discursos que produzem a identidade e a diferença nas culturas juvenis. 

3 – Culturas juvenis e a importância da tecno-cultura. 

Juventude: concepção natural ou concepção cultural (O que é ser jovem?) 

Ser jovem é maturação ou produto das condições históricas e dos discursos? 

Ser jovem na concepção natural (biológica): depende da ação de hormônios e de maturação biológica e programado geneticamente. 

Ser jovem na concepção cultural: depende da influência do contexto (sócio cultural). Para alguns autores ser jovem é um fenômeno cultural, porque é o resultado das condições econômicas, políticas e culturais de cada época e local. 

Exemplo: pessoas de 12 anos – no século XIX – estariam trabalhando, se preparando para casar ou já casados e com filhos.

No século XXI – são solteiros, com grande tempo de ócio, se preparando intelectualmente, realizando diversos cursos, estudando para terem um futuro mais tranquilo. 

As culturas juvenis surgem a partir da década de 50 (século XX) onde a juventude passa a disputar espaços e conquistas com as gerações mais velhas: roupas, cabelos, músicas, etc. 

Condições históricas e discursos 

As culturas juvenis são produzidas por condições históricas e discursos.

- Elite na Grécia Antiga – algumas pessoas – ricas e homens tinham direito ao ócio. Os homens jovens chegavam até os 40 anos de idade (juventude prolongada). 

- Invenção da infância no século XVII – separação das práticas de adultos e crianças (surgem noções de higiene, surgem os livros, mudanças nas arquiteturas das casas com a separação do mundo dos adultos do mundo das crianças). 

- Necessidades pós-revoluções industriais – produção da juventude na classe media. Com o surgimento das indústrias os jovens foram lançados no campo de trabalho e precisavam estar preparados para tal. Nos séculos XVIII e XIX os jovens são intensamente preparados para o campo de trabalho. 

Ocorre um aumento entre a fase da infância e a fase do adulto. Reserva-se mais tempo para a juventude. 

Na Europa e nos Estados Unidos ocorre a entrada da classe média no panorama social e econômico da época. 

- o estado de bem-estar social e surge a “juventude transviada” coincidindo com o auge do capitalismo. Aparece uma classe rica e uma classe pobre e o papel da mídia começa a ter sua importância. 

No Brasil de 1945 a 1975 quem ingressava na escola pertencia a classe média. 

Surge o jovem na mídia (rádio, TV e cinema, jornais, etc.). 

Quem é esse jovem? 

- um ser rebelde, que usa cabelos comprimidos, que consome drogas, que gosta de rock, que usa roupas características – coloridas e fora dos padrões normais. 

Atualmente: as crianças passam a ter acessos à mídia e descobrem o mundo do sexo, guerra, violência, drogas, problemas de trabalho, noticias do mundo todo, ou seja, o mundo do adulto chega muito, mas muito cedo ao mundo das crianças. As crianças de hoje são bem mais informadas do que as crianças das décadas finais do século XX. 

Na realidade a mídia passa a divulgar o que é a prática social, ou seja, qual é o papel verdadeiro do homem e da mulher na sociedade atual. 

- Noção da diversidade de culturas juvenis (identificação e re-significação) das mídias. Para a escola surge um elemento em potencial para aprimorar e aumentar o conhecimento. 

Estudos culturais: mudanças após a segunda guerra Mundial e como estas mudanças influenciaram o comportamento dos jovens a partir daí. 

Existem muitos tipos de culturas que são influenciadas pelos fatores: econômicos, sociais, culturais, políticas, históricos, étnicos, etc. 

Existe sempre uma cultura dominante (alicerçada no poderio econômico) e diversa outras culturas de menor alcance e profundida. As culturas menores sempre são influenciadas pela cultura dominante. Ex. Beatles na década de 60. 

Identidade dos dominantes e das diferenças: os padrões dominantes são divulgados e valorizados. 

As diferenças são desvalorizadas e procuram ocupar um espaço de destaque na cultura principal (exemplos os "emos", atualmente). 

Como a mídia se comporta diante da arte dos jovens e como ela divulga os seus valores. 

O jovem é divulgado pela mídia, atualmente, da seguinte forma: homem, do sexo masculino, forte, com o corpo sarado, rodeado de mulheres bonitas e rico. 

A mídia pesquisa os padrões, coletando e divulgando suas conclusões e trabalho em cima dos resultados obtidos, divulgando as características evidenciadas. A escola deve pesquisar o que os seus jovens pensam, querem, gostam, tem vontade de fazer e desta forma desenvolver sua programação, seu currículo, suas pesquisas e atividades em cima da preferência dos jovens. 

Ser jovem é uma conquista social e os jovens hoje tem mais tempo para formar os seus grupos (identificação cultural e social). Os discursos sobre os jovens: alguém que não sabe, que não conhece, que não tem preparo intelectual e que apresenta culturas que não são aceitas pela sociedade dominantes, algo que subverte os padrões atuais. 

O objetivo tem que valorizar a cultura jovem e mescla-la com a cultura da escola, promovendo o aparecimento de uma cultura hibrida. 

Tecno-cultura: é a cultura juvenil urbana (urbes: cidade) 

Aumento exponencial pelos jovens urbanos têm com a tecno-cultura (internet e aparelhos eletroeletrônicos). 

Pesquisa realizada e divulgada pela professora afirma que: 

Em 1999 – apenas 15% da população jovem tinham celulares e usava a Internet. 

Hoje, 2012 - 90% da juventude têm celulares e usar a Internet frequentemente. 

O celular é usado, preferencialmente, quando se deseja que um terceiro possa participar do dialogo existente. Existe um uso diversificado de aparelhos eletroeletrônico para diversos fins. 

A tecno-cultura é um conjunto de práticas diferentes do mundo moderno. 

Tecnologias digitais x tecno-cultura (cibercultura).


A tecno-cultura faz parte da identidade dos jovens: aparelhos com poderes diferentes para os jovens. Os "cyborgs" tem um processo de desnaturalização do corpo, do tempo, do espaço dos contextos, usando outras linguagens, outras formas de pensamento, com poderes e espelhos dos tempos. Muitos jovens incorporam em seu mundo a personalidade as figuras do mundo eletroeletrônico. 

Os jovens vivem tempos modernos usando outras formas de leitura e pensamentos. 

Surgem desta maneira, jovens inseguros em relação ao corpo e em relação ao mundo social, preferindo o mundo virtual da Internet onde os riscos de dores e sofrimentos são menores. Outras formas de intervenção no espaço e tempo são criadas.

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