A sexualidade existe desde o nascimento e passa por etapas.Na adolescência, as mudanças corporais levam a mudanças psicológicas, visando a busca de uma nova identidade para o corpo em transformação. Existem três fases do desenvolvimento da sexualidade no adolescente: uma fase inicial de autoerotismo, a segunda fase de comportamento narcísico com relações casuais e superficiais e a terceira fase com evolução de maior capacidade de envolvimento emocional e afetiva, como mostra a profa. Marici Braz.
Professor Li Li Min
Professora Marici Braz
Professor Li Li Min
Professora Marici Braz
De
acordo com o professor Li Li Min da Unicamp o tema a ser discutido nesta aula
traz muito interesse para a nossa sociedade e em maneira especial à comunidade
escolar, porém o mesmo tem sido pouco debatido no ambiente escolar.
Justifica-se este pouco diálogo sobre o tema, alertando-nos para dois aspectos:
o grande despreparo do professor sobre o tema e o não encontro de ambiente
propício sobre o assunto.
De
acordo com a professora Marici, médica pediatra da Unicamp questões sobre
sexualidade são difíceis de serem tratadas
em virtude de:
- existência de preconceitos;
- presença de tabus;
- ausência de diálogo sobre o assunto em classe ( com pais, parentes e pessoas conhecidas responsáveis;
- presença de muito pudor envolvendo o assunto.
A
proporção de abortos em adolescentes em relação ao seu total geral do Brasil
evidencia os seguintes números: Adolescentes 19,4%. Isto significa que em cada
100 casos de abortos que ocorrem em nossa país19 acontecem com meninas em fase
de adolescência. Mostra-nos também a relação entre as diversas regiões,
conforme tabela abaixo:
REGIÕES BRASILEIRAS
|
PORCENTAGENS
|
NORTE
|
23,8%
|
NORDESTE
|
20,8%
|
SUDOESTE
|
17,5%
|
SUL
|
17,1%
|
CENTRO-OESTE
|
19,4%
|
DESENVOLVIMENTO
SEXUAL:
- A sexualidade é algo que existe no ser humano desde o seu nascimento;
- Diferentes zonas corporais proporcionam gratificação de prazer ao serem manipuladas e diferentes etapas:
- 18 meses aos 4 anos: fase anal ( defecação);
- 3 a 5 anos: fase fálica ou genital infantil (descobrir o próprio corpo e perceber
as diferenças entre os sexos diferentes);
- 6 anos até a puberdade: fase de latência (volta-se para a aquisição de
conhecimentos e desenvolvimento intelectual);
- Adolescência: é uma fase universal/ fica entre a infância e a fase adulta.
Ocorrendo um intenso desenvolvimento biológico, psicológico e sociocultural.
Um
dos componentes desta fase é a puberdade que representa o conjunto de intensas
transformações biológicas em virtude da ação da ação de hormônios do eixo
neuro-hipotalâmico. É um elemento universal e com limites bem definidos,
ocorrendo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. Temos evidentes
modificações no sistema reprodutor, hormonal, órgãos genitais, sistema
respiratório e cardiovascular.
Enfatiza,
repetindo que: os objetivos da adolescência é levarão desenvolvimento de uma
autonomia e surgimento de uma identidade pessoal, enquanto que a puberdade visa
o desenvolvimento da função reprodutora.
Explica-nos
que na adolescência o jovem sofrerá 3 lutos:
- 1º luto: pela perda do corpo infantil;
- 2º luto: pela perda dos pais da infância;
- 3º luto: pela perda da identidade e do papel sócio familiar infantil.
1 - Início da adolescência:
- meninas: vai dos 11 aos 13 anos e meninos: 12 a 14 anos;
- transformações físicas e fisiológicas (sexuais);
- questão central: normalidade (eu sou normal);
- preocupação com as imagens corporais e diferenças sexuais;
- redefinição dos modelos de relacionamento: a família deixa de ser o centro e passamos a ter grupo de sexo oposto: melhor amigo do mesmo sexo.
2 – Meio da adolescência:
- menina: dos 13 aos 16 anos / e meninos: 14 aos 17 anos;
- marcada pelas últimas transformações físicas;
- assimilação harmoniosa do novo papel pessoal, familiar e social;
- conquista de um lugar;
- novo papel enquanto sujeito;
- conflito entre o desejo de independência e a necessidade de dependência.
3 – Fim da adolescência:
- 17 aos 21 anos ou...
- ocorre após a consolidação da última etapa do desenvolvimento físico;
- busca de uma identidade sexual;
- ocorrem relacionamentos mais íntimos;
- surge a identidade de adulto;
- independência material.
Adolescência – Práticas Sexuais
- masturbação;
- ficar;
- namorar;
- homossexualismo;
- relação sexual forçada
A
- Masturbação: diferentes formas:
- meninos: três vezes maior nos meninos / início da puberdade (14 anos);
- substituição de experiências genitais;
- meninas: maior incidência após os 15 anos;
- pouco frequente: somente metades das meninas realizam-na aos 18 anos de idade;
- geralmente acompanhada de experiência genital.
Masturbação:
quando se preocupar:
- incapacidade de se masturbar (a angústia de relacionar a sexualidade à nova imagem corporal – neurose);
- compulsão a se masturbar (sentimento de ser pressionado pela exigência do seu próprio corpo – ódio)
- Ficar é uma experiência de estar com o outro, trocar carícias, intimidades, descobertas e sensações sobre o corpo e si mesmo. Beijos, abraços, podendo chegar eventualmente á relação sexual. Os limites são determinados pelo casal.
- Ficar pode se transformar no namoro.
- Namoro; apresentar fidelidade, lugar especial ocupado pela responsabilidade.
As
meninas preferem o namoro, pois se identificam com a fidelidade.
VIRGINDADE
- meninos: mais cedo;
- meninas: mais tarde
- rito de passagem entre infância, adolescência e juventude;
- media de idade – meninos: 13,9 anos e sexo feminino: 15,1 anos;
- Exercício de sexualidade: se faz em um meio delimitado por preconceitos rituais
- homossexualidade – deixou de ser um transtorno mental em 1973;
- reformulação do conceito de gênero, sobre o que é masculino e feminino e preconceitos associados.
- incerteza de identidade presente no início da adolescência, jovem busca um suporte de identificação com o amigo do mesmo sexo;
- medo e angústia de se confrontar com o sexo oposto (desconhecido);
- companhia de pares é fundamental para a segurança e permite a aproximação das características do seu próprio sexo;
- homossexualidade se insere entre o erotismo infantil e o heterossexualismo do adulto;
- atitude de desconfiança e dúvida por parte dos familiares pode agravar a ansiedade ligada à identidade;
- adolescentes: 93% sentem atração pelo sexo oposto;
- 5,8% sentem atração pelo mesmo sexo;
- 6,4% de meninas sentem atração pelo sexo feminino;
- somente 1,4% dos meninos passam a ter parceiros do mesmo sexo e 1,3% das meninas passam a ter parceiros do mesmo sexo;
- relações exclusivas homossexuais: meninos (homens) – 3 a 6% e meninas (mulheres)1 a 2%;
- relações bissexuais são raras 1%.
- não se limita ao ato sexual sendo mais abrangente que a violência sexual;
- pode se prolongara quando:
-
ocorre na própria família;
- tem início em menor idade;
- Incidência:
-
15% das meninas: por amigos ou por um homem da família;
-
2% meninos: maiorias das vezes são molestados por “meninas”.
E
para finalizar temos o papel de se discutir a Sexualidade na Escola:
- garantir a passagem do adolescente para a fase adulta de forma saudável;
- favorecer o acesso por parte dos adolescentes aos assuntos inerentes à Sexualidade Humana;
- acesso ao sexo seguro: falar sobre Métodos Anticoncepcionais e Doenças Sexualmente Transmissíveis.
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